Pular para o conteúdo principal

O Pib cai, a inflação sobe: como explicar?

Não faz sentido aparente, a demanda agregada caindo os preços se acelerarem. A despeito do componente da oferta. Existe ainda muito estoque a ser queimado. Fora isso, o crédito no Brasil caiu drasticamente no período movido pelo aumento do juros e da inadimplência e endividamento das famílias.

Porém, um dos componentes mais importantes, e muito esquecido, na hora de se conversar sobre inflação, são os meios de pagamento, que através de sua oferta e demanda, fazem com que o nível de preços suba ou desça, justamente porque, a moeda se valoriza ou desvaloriza. No caso de uma inflação acelerada, ocorre uma desvalorização da moeda.

Posto isto, concluo a análise, observando um gráfico entre Papel Moeda em Circulação e Inflação, no ano de 2015.



Observa-se uma relação linear frágil entre esses componentes. Além disso, uma correlação positiva, porém próxima de zero. Indicando que talvez não haja um poder explicativo empírico entre a oferta de papel moeda e a inflação durante o período. Uma das causas dessa baixa correlação são os poucos períodos observados (12 meses) e, principalmente, a falta do componente PIB para entendermos como a demanda por moeda em baixa (PIB caindo), com uma oferta de moeda subindo, provoca um aumento do nível geral de preços, pois desvaloriza a moeda utilizada como reserva de valor na economia.

Essa expansão da moeda vem, entre outros motivos, atrelada ao aumento do déficit público, que provoca uma necessidade de se pagar as contas públicas via expansão da base monetária.

Observe abaixo a tabela com o total de meio circulante (papel moeda) na economia durante os meses de novembro de 2015 à novembro de 2014 respectivamente (do mais recente para o mais antigo).


Meio de Pagamento: Papel Moeda Emitido data
Total do Meio Circulante Nacional: R$ 205.317.864.906,04 30/nov
Total do Meio Circulante Nacional: R$ 203.232.423.780,14 30/out
Total do Meio Circulante Nacional: R$ 196.014.793.794,54 30/set
Total do Meio Circulante Nacional: R$ 193.112.797.993,60 30/ago
Total do Meio Circulante Nacional: R$ 193.522.225.984,85 30/jul
Total do Meio Circulante Nacional: R$ 195.609.780.836,60 30/jun
Total do Meio Circulante Nacional: R$ 194.541.990.740,60 30/mai
Total do Meio Circulante Nacional: R$ 197.269.640.821,10 30/abr
Total do Meio Circulante Nacional: R$ 196.073.202.055,90 30/mar
Total do Meio Circulante Nacional: R$ 198.076.415.602,90 28/fev
Total do Meio Circulante Nacional: R$ 199.352.046.773,95 30/jan
Total do Meio Circulante Nacional: R$ 220.659.922.913,90 30/12/2014
Total do Meio Circulante Nacional: R$ 199.389.684.529,30 30/nov

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co

Porte de Armas: equilíbrio pareto ineficiente

A segunda emenda americana data de 1791, ou seja, final do século 18. Nessa data, as armas existentes não passavam de 1 tiro por vez. A invenção do revolver ocorreu em 1836 por Samuel Colt. Logo, a ideia do uso de armas para proteção e utilização para fins recreativos se deu em um contexto muito diferente do atual, onde armas como metralhadoras automáticas, permitem facilmente mais de 100 disparos com uma única arma sem a necessidade de recarregar. As armas são um importante instrumento de auto-defesa. Principalmente em um contexto no qual a segurança e a vida das pessoas estão à mercê de sociopatas e criminosos. Contudo, as armas que são utilizadas para a defesa à vida, podem ser utilizadas para ceifá-la. Para se ter uma ideia, olhe em baixo o perfil de armamentos que existiam na época da liberação das armas e analise e compare com os padrões de armamentos modernos. As duas imagens mostram um contexto totalmente desconexo um do outro. Enquanto que um indivíduo armado

Marcadores