Com custos por aluno acima da média das universidades particulares, as universidades públicas no Brasil não apresentam um desempenho acima da média. Obviamente, a finalidade das universidades federais antes de serem fábricas de diplomas é serem o bastião da pesquisa e desenvolvimento tecnológico do país. Porém, faz tempo que a gestão tem empurrado professores pesquisadores a assumirem atividades administrativas, mesmo sem a menor expertise para tal.
A última medida do Governo Federal foi empurrar mais 100 mil alunos nas já sucateadas e, principalmente, mal administradas Universidades Federais. Tem-se, então, um quadro cada vez pior em se tratando do retorno por real gasto nas universidades. Soma-se a isso um perfil socieconômico mais carente, e um nível de conhecimento mais parco, na média dos alunos. Chega-se a um quadro em que a efetividade do ensino superior se perde, e, então, os custos sociais passam a superar os benefícios. Conclusão, está melhor hoje, fechar as universidades ou privatizá-las.
Olhem o quadro que mostra o comparativo entre o desempenho das universidades por característica administrativa no Enade, por Unidade da Federação. No segundo quadro faço a comparação apenas do curso de Economia, o qual estou inserido.
Comparando a gestão atual das universidades, percebe-se que na média nacional, para todos os cursos, a qualidade da educação pública universitária ainda é superior, como evidencia a última linha da primeira tabela. Quando analisamos apenas a média das notas dos cursos de economia, percebe-se que a vantagem dos cursos públicos se perde. E quando, principalmente, analisamos o diferencial entre o ensino particular no RJ em economia, a diferença é gritante.
O diferencial de desempenho é 83% menor no caso das públicas. Esse fato demonstra dois problemas preocupantes. Primeiro: os alunos das públicas ainda não entenderam a importância do Enade para dar um selo ou uma certificação ao seu diploma. Acreditam que apenas serem diplomados basta para terem um futuro. Esse pensamento gera um nível crescente de desemprego entre os recém formados nos cursos de economia das públicas, o que gera descontentamento e preocupação, principalmente para os envolvidos de forma direta, no caso, os professores.
O segundo ponto é: a qualidade do ensino está cada vez pior comparativamente. No Rio de Janeiro as universidades particulares como PUC, IBMEC e FGV estão dominando a cena e portanto, seus alunos terão mais facilidades para conseguirem estágios e empregos, bem como passar em concursos públicos. As universidades públicas UFF, UFRJ, UERJ e UFRRJ parecem ter parado no tempo. Caso não comecem desde já a incutir na cabeça dos alunos e coordenação de que algo deve ser feito, correm o risco de não terem ingressos nos próximos vestibulares.
Solução? Não há mágica. Mas deixo aqui um recado: parabéns aos envolvidos.
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