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Conjuntura Econômica

A atual situação econômica do país é incerta. Obviamente começar um texto econômico com essa frase é de descabelar qualquer leitor acostumado como o economês nosso de cada dia. No entanto, quando se fala em incerteza é dizer que além da costumeira incerteza habitual de quem vive em uma economia tupiniquim, existe nova(s) chegando. A nova incerteza é o cenário político e econômico do país. Em via de regra, a política tende a atrapalhar a economia, pois busca sempre soluções mirabolantes que tentam tornar o remédio menos amargo. É como colocar adoçante na insípida novalgina. O efeito dessa tentativa é tirar o gosto amargo e também o efeito benéfico do remédio. Mas não foi o caso da atual gestão. A gestão política promovida pelo Governo do presidente Michel Temer foi de longe a melhor gestão dos últimos 10 anos. Comparável apenas a promovida pelo presidente Lula em 2002 que se encerrou no escândalo do mensalão, com a saída de Palocci e sua equipe do ministério da fazenda. Essa nova g

Uma crise anunciada e longe do fim.

Em 2015 o Estado do Rio de Janeiro na véspera de sediar os jogos olímpicos de 2016 anunciava seus problemas financeiros de forma pública. Começava a não pagar fornecedores, e honrar contratos com prestadores de serviços. Alguns anunciavam que tais medidas mostravam que a terceirização dos serviços estatais era a grande responsável pela questão financeira, pois o Estado não conseguia mais pagar os seus fornecedores. Solução - apontada por alguns - delegar tudo a iniciativa pública e fazer novos concursos nas áreas carentes, como saúde e educação. O tempo passou, e em menos de um ano os salários dos servidores já começavam a ser atrasados. Indicando, agora sem nenhuma capacidade de argumentação ideológica, que o problema não é a forma como é provido o serviço público, mas que a capacidade de provimento desse serviço por parte do Gov. do Estado do RJ estava em colapso. O município do Rio de Janeiro, no entanto, mostrava ainda grande capacidade de absorver gastos públicos, recebendo n

A previdência como uma família

O conceito familiar hoje está se expandindo de tal forma, que já li definições de casais, que moram separados, não tem filhos e formam uma família. Bom, esquecem que a ideia de expandir um conceito ao invés de fortalecer, apenas o enfraquece. Digressões a parte, o assunto que gostaria de abordar é o sistema previdenciário. Ao contrário do que parece, é uma invenção recente, data do final do século XIX início do século XX. No Brasil surgiu em 1888 para os funcionários dos correios - estes mesmos cujo fundo de pensão atualmente está virtualmente falido graças a gestão à brasileira costumaz de cada dia. Utilizando este conceito, a previdência surge na intenção de que os idosos não dependam da bondade dos filhos. Ou seja, se criou uma lei que os idosos terão vencimentos garantidos pelos que agora trabalham. É como se em um família com 2 avós, 7 filhos e 5 netos. Os filhos pagassem uma pensão para os pais. Note que os filhos terão, também, que dispor de recursos para garantir educação

Avaliando os 6 meses do Gov. Temer

A sensação de que Temer está no poder há bastante tempo é notória. Todos esperavam logo que se deu o processo de impeachment da ex presidente Dilma, que a economia iria entrar nos eixos, seguindo padrões internacionais de crescimento, com juros baixo e inflação sob controle. Contudo, tal fato não se verificou de maneira imediata, gerando expectativas frustradas na população, o que traz uma certa pressão sobre a necessária agenda ainda a ser implementada pelo Gov. Temer. A agenda necessária de controle dos gastos públicos, ou seja uma reforma fiscal, teve início com a PEC que limita os gastos públicos futuros. Portanto, criou-se algo que o orçamento público brasileiro ainda não tinha se dado conta, a escassez dos recursos. Isso, per se, já gera uma expectativa de redução na inflação futura, pois o seu principal componente, que é a emissão monetária (déficit público) teria sua trajetória controlada. Mais uma vez, tal trajetória esbarra na necessidade de fazer reformas que tornem o orç

A previsão nossa de cada dia não faz(erá) milagre.

Em entrevista marcada por um tom de desconfiança por parte da repórter do canal Globo News, uma das maiores audiências do país,  ao gestor de Carnaval da Riotur, que dispondo de dados sobre a demanda dos foliões no Carnaval passado, mostrou que as expectativas da secretaria de turismo do Rio de Janeiro foram quase todas superadas esse ano. Ao invés de se comemorar o sucesso de público, a tônica da entrevista foi sobre como pode a RioTur errar em quase todas as previsões do número de pessoas que frequentaram os blocos, problema este que leva a uma estrutura a quem, gerando filas demoradas para o banheiro, congestionamento humano, e desconforto para os foliões. O que parece um erro imperdoável da RioTur se torna uma caricatura de como o indivíduo representativo acredita que a previsão é algo exato (determinístico) e tendo fé nisso, basear todas suas decisões em tal previsão. Primeiramente é preciso entender que a previsão é um processo de natureza incerta. Ela é feita quase no escur

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co

O RJ é o Brasil amanhã (sem reformas)

Colapso fiscal. Foi o que aconteceu no E.RJ. Como pensar em responsabilidade e responsabilização de um sistema em que o administrador não possui nenhuma responsabilidade direta pelos seus atos. Uma vez homem público, qualquer decisão sua, boa ou má, não tem nenhum reflexo sobre o seu patrimônio. De certa maneira, pensarão alguns, isso faz com que a política não atraia o tipo que quer ficar rico fazendo gestão do patrimônio público. Bom alguns donos de companhias multi-bilionárias e transnacionais contratam gestores altamente capacitados para fazer a gestão de suas próprias empresas, pagando-lhes uma boa quantia que representa uma parcela dos lucros auferidos durante sua gestão. Mas a coisa pública não funciona assim. Na verdade o lucro, ou contabilmente dinheiro em caixa, é nada mais nada menos do que uma dotação orçamentária a esperar pelo próximo comandante da coisa pública.  Esse comandante novo pode inclusive ser da oposição do antigo. Logo, em se tratando de política

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