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Resposta ao JN: Universidades Públicas

Comentando e debatendo o estudo do Banco Mundial o Jornal Nacional ouviu especialistas na área de economia e educação para tentar desenhar um cenário do atual quadro do funcionamento das universidades públicas no Brasil. Um quadro mal desenhado, no entanto, foi feito pela edição do JN, que ao ouvir grandes pensadores sobre educação e gestão acabou dando margem à polêmica do financiamento do ensino, em um Fla x Flu entre gratuidade universal vs. fechamento das Univ. Públicas. Essa dicotomia sobre o financiamento do ensino não é em preto e branco . Não há um sistema puro que seja o ideal. Na realidade ambos os lados defendem que o atual sistema não está correto, uma vez que gera desigualdade, bem como falta de recursos em áreas estratégicas. A comparação, no entanto, entre o custo médio no ensino universitário privado e o ensino universitário público é descabida . O descasamento da comparação se deve principalmente pela diferença grande no portfólio de cursos oferecidos e

Diário de Viagem: Cuba continuação

Cuba é aquele lugar estranho em que apenas 1 dia é necessário para você se sentir em casa. É a mesma coisa de entrar em um colégio novo, mas com uma turma bem animada, e que você se identifica rápido. A aspereza do aeroporto, a falta do tão amado WIFI, sem shoppings e com a nossa premente necessidade de se consumir bens, fica em segundo plano, quando percebemo que o modelo de consumo de cuba é de novas experiências. A segurança de se andar nas ruas facilita 90% da viagem. Não há a nossa preocupação de cada dia. Ir à rua é um passeio com emoção, mas a emoção positiva. E por aí ganhamos coragem, enrolamos nosso português, com o espanhol cubano, e depois do primeiro mojito estamos "hablando". E mais, uma vez que conjugamos o verbo hablar, não paramos mais. A boa vontade dos cubanos ajuda. E assim vamos sorvendo experiências novas, como andar e conhecer carros que eram feitos para durar uma vida, o que contraria com os nossos que após 1 ano, já são usados, e que depois

O Abismo é logo ali

Não sejamos tão tacanhos a ponto de apontar o dedo para um único culpado. Há um crescente descontentamento da população quando o assunto é reforma previdenciária. E concordo quando falamos que o Brasil é um país muito desigual, e, portanto, as políticas públicas necessitam internalizar tal relação de inequidade Para se ter uma ideia do atraso brasileiro, ainda somos um país de renda baixa, com renda per capita abaixo da Argentina (26 posições atrás), Botsuana, Azerbaidjão e a Venezuela vem logo atrás. Portanto, ao elaborar a constituição de 88 olhamos socialmente para uma Europa mas economicamente estávamos na rabeira da América do Sul, e em termos sociais éramos um país africano. Hoje, socialmente estamos condizentes com nossos vizinhos. Economicamente somos ainda o principal país do Cone Sul, em termos relativos atrás de Chile, Uruguai, e Paraguai (está nos ultrapassando). A grande questão é que demograficamente nos aproximamos rapidamente de países europeus. E com isso toda

Diário de viagem em Cuba: Primeiros Dias

Ao chegar no aeroporto de Havana, a primeira sensação é que se está em uma repartição pública da década de 70. Funcionários militares conferem com esmero a documentação, dando uma impressão clara de que há uma grande tensão no ar. Aquele parece ser um território em que as tensões de um regime ditatorial encontra uma certa limitação, dado o grande afluxo de turistas e cubanos que entram e saem constantemente, os primeiros livres e incentivados, e os segundos com forte restrição e vigiados. A fotografia registrada acima pode ser aferida pelo simples clima dos turistas acostumados a tirarem selfies a todo momento, e que, dentro do aeroporto, cercado de militares, e sem aquelas lojas que forçam os visitantes a gastarem alguns momentos em lojas com produtos locais, o choque cultural é grande. Afinal, quase todos os aeroportos hoje em dia, seja aonde for, são grande shoppings, onde eventualmente não iremos regressar para casa depois das compras, com produtos que não iremos usar t

Contextualizando Seleção Adversa e Assimetria Informacional

Os primeiros trabalhos sobre assimetrias informacionais garantiram o Nobel de 2001. Um dos mais impactantes mostrou como o mercado de carros usados reage na medida em que um parâmetro que mensura o nível de atividade econômica se altera, Akerlof (1970). A princípio, se pensa que quando a atividade econômica diminui, as pessoas precisam vender seus bens mais valiosos, e o resultado seria carros melhores nas revendas. Mas o oposto ocorre, como o prêmio médio por carro cai, os melhores carros são retirados do mercado, simplesmente porque o valor de venda está muito abaixo do verdadeiro valor. Com isso, quanto maior for a crise, menor será a qualidade dos carros, ou dos ativos negociados na presença da assimetria informacional. Essa conclusão mostra que justamente o mais pobre, que sofre as consequencias mais perniciosas da queda da atividade econômica, quando precisa entrar em um mercado de 2a mão, como celulares, carros, roupas e etc, acaba sendo atendido por uma oferta com produto

Capitalismo: Cuba vs. Brasil

Existem três pilares para que o regime capitalista seja configurado: 1- respeito à propriedade privada; 2- respeito aos contratos; 3- respeito às trocas (de todos os tipos) voluntárias. Ou seja, onde há a presença destes 3 predicados, podemos dizer que há CAPITALISMO. Contudo, em alguns países vigora um regime parcialmente capitalista, onde se fala que existe um regime de capitalismo produtivo, onde o setor privado é que garante a produção de bens e serviços, ou seja, de riqueza, mas o Estado organiza a forma de se produzir, como, onde e quando. Bom, isso não é capitalismo, seria uma espécie de Socialismo de Mercado. Uma vez que os interesses do Estado não podem sobrepujar a vontade individual do empreendedor, sobre o que fazer com seus recursos privados, sejam materiais sejam humanos. Há outros países em que se vigora um Estado de Bem-Estar Social, aonde os recursos provenientes do setor privado, são repartidos de acordo com o interesse do Estado, abalizado por um si

Sólon o primeiro "inflacionista".

O comércio internacional sempre foi o motor da economia mundial. Em um mundo onde viver em comunhão é garantia de sobrevivência, os humanos passaram a definir seus territórios, plantando, colhendo e produzindo seus próprios alimentos, conseguindo com isso fundar os primeiros povoados. No entanto, assim que as primeiras cidades foram fundadas, o comércio passou a ser rotina constante, dado que nem sempre se consegue produzir tudo o que o desejo alcança. Na Atenas do séc. VI a.c., por exemplo, haviam dois grupos de produtores mais ou menos organizados, os primeiros produziam azeites e vinhos, os segundos grãos em geral, principalmente trigo. Os primeiros compravam os grãos em troca dos vinhos e azeites produzidos. Até que em um determinado momento, a produção de grãos passou a rivalizar com agricultores do leste europeu. Permitindo que os produtores de azeite passassem a importar grãos ainda mais baratos. Esse fato literalmente quebrou a dinâmica econômica dos plantadores de grão

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