Não sejamos tão tacanhos a ponto de apontar o dedo para um único culpado. Há um crescente descontentamento da população quando o assunto é reforma previdenciária. E concordo quando falamos que o Brasil é um país muito desigual, e, portanto, as políticas públicas necessitam internalizar tal relação de inequidade
Para se ter uma ideia do atraso brasileiro, ainda somos um país de renda baixa, com renda per capita abaixo da Argentina (26 posições atrás), Botsuana, Azerbaidjão e a Venezuela vem logo atrás. Portanto, ao elaborar a constituição de 88 olhamos socialmente para uma Europa mas economicamente estávamos na rabeira da América do Sul, e em termos sociais éramos um país africano. Hoje, socialmente estamos condizentes com nossos vizinhos. Economicamente somos ainda o principal país do Cone Sul, em termos relativos atrás de Chile, Uruguai, e Paraguai (está nos ultrapassando). A grande questão é que demograficamente nos aproximamos rapidamente de países europeus. E com isso toda a estrutura econômica e social que depende da demografia como previdência e saúde pública acabam sendo sobrecarregadas, e pior, de maneira acelerada, pois o custo com o avanço da idade sobe de maneira exponencial.
A lua de mel com a economia e os atores de mercado e o governo acabou já há algum tempo. A última fala do presidente da câmara Rodrigo Maia foi clara em decretar o seguinte fato. Políticos vivem em uma realidade alternativa. Olhando seu padrão de consumo, regalias e vencimentos nababescos essa conclusão é óbvia. Mas entender quem são os atores que se beneficiam com um desajuste fiscal, a continuidade da crise, e mais incerteza ainda sobre o futuro do país, é a peça chave para entendermos quem são os antagonistas do futuro do Brasil.
Para se ter uma ideia do atraso brasileiro, ainda somos um país de renda baixa, com renda per capita abaixo da Argentina (26 posições atrás), Botsuana, Azerbaidjão e a Venezuela vem logo atrás. Portanto, ao elaborar a constituição de 88 olhamos socialmente para uma Europa mas economicamente estávamos na rabeira da América do Sul, e em termos sociais éramos um país africano. Hoje, socialmente estamos condizentes com nossos vizinhos. Economicamente somos ainda o principal país do Cone Sul, em termos relativos atrás de Chile, Uruguai, e Paraguai (está nos ultrapassando). A grande questão é que demograficamente nos aproximamos rapidamente de países europeus. E com isso toda a estrutura econômica e social que depende da demografia como previdência e saúde pública acabam sendo sobrecarregadas, e pior, de maneira acelerada, pois o custo com o avanço da idade sobe de maneira exponencial.
A lua de mel com a economia e os atores de mercado e o governo acabou já há algum tempo. A última fala do presidente da câmara Rodrigo Maia foi clara em decretar o seguinte fato. Políticos vivem em uma realidade alternativa. Olhando seu padrão de consumo, regalias e vencimentos nababescos essa conclusão é óbvia. Mas entender quem são os atores que se beneficiam com um desajuste fiscal, a continuidade da crise, e mais incerteza ainda sobre o futuro do país, é a peça chave para entendermos quem são os antagonistas do futuro do Brasil.
A esquerda militante, esta que prefere morrer lutando do que viver sob a égide de um governo "golpista", dessa não há como esperar nenhum comprometimento com políticas de estado. O futuro da nação passa primeiro pela tomada do poder. Sempre foi esse o pensamento. O jogo político é um tabuleiro de WAR, onde tudo vale, mas o objetivo é e sempre foi o poder. Moldar o estado brasileiro ao seu bel prazer, de modo a implementarmos uma distopia que nunca deu certo. Nunca entregou o que prometeu. Mas com seu poder propagandista fez muitos aficionados. Que aceitam sem a devida crítica. Mas parecidos talvez como fãs do que de fato seres críticos. Existe um brinquedo na Disney chamado It´s a Small World o qual o espectador passeia idilicamente por um mundo em miniatura, caricaturando todas as nações. Penso eu que a noção de que alguns poucos possam entender a realidade, determinar o que é o melhor para uma maioria, é achar algo de real em um mundo fantasioso, tal qual a atração que é própria para todas as idades.
Fugindo um pouco dos militantes de esquerda, entramos na esquerda/direita que na realidade são fisiológicos. Não atoa PT e PMDB conseguem até hoje tecer coligações e irão em 2018 disputar eleições conjuminadas (tenha certeza disso) para alguns executivos estaduais. O mesmo vale para o PSDB, e grande parte dos partidos que tem representatividade. Ao que parece, o peso deles colapsou o sistema político, de tal sorte que apenas trabalhando na linguagem correta se tem o que se quer de tais partidos. A reforma da previdência não é ou será diferente. O PMDB apoia, o PT é contra e o PSDB já abriu a questão. Ou seja, ideologia não existe neste jogo, pois o PT já apoiou, junto com o PMDB e PSDB, cada um a seu momento. O que deixa transparecer todo o rigor maquiavélico das decisões tomadas, não para o país, mas para seus próprios interesses. Talvez estes atores reajam de forma mais racional aos incentivos.
Os servidores são a classe com menos força política neste jogo. Portanto, atribuir a culpa dessa celeuma apenas aos servidores é de uma atitude pouco inteligente. Seja de qual esfera pertença os servidores pouco participam da tomada de decisão política no Brasil, internamente e politicamente são sempre vistos como inimigos, apenas grupos políticos de extrema esquerda conseguem cooptar servidores, o próprio PT em seu governo final, acabou oferecendo vantagens indevidas aos servidores em troca de um apoio que de pouca importância foi durante a derrota de seu governo.
Não há um único grupo capaz de pressionar as decisões do parlamento e executivo, tirando é claro o judiciário e o MP. Os militares também são um grupo de pressão, mas difuso. Há inúmeras carreiras e não há espaço (ainda) para uma insurgência ou amotinamento. São os principais interessados em manter a questão previdenciária como está. Acontece que não há como. Uma lei não cria riqueza, a regra previdenciária não fará aparecer magicamente 80% do PIB em 10 anos (o déficit esse ano foi de 8% do PIB) isso até 2022. É como se em breve, talvez daqui há 10 anos, para cada servidor na ativa haja 2 inativos com o mesmo vencimento. Tal sistema é inviável.
Não há um único grupo capaz de pressionar as decisões do parlamento e executivo, tirando é claro o judiciário e o MP. Os militares também são um grupo de pressão, mas difuso. Há inúmeras carreiras e não há espaço (ainda) para uma insurgência ou amotinamento. São os principais interessados em manter a questão previdenciária como está. Acontece que não há como. Uma lei não cria riqueza, a regra previdenciária não fará aparecer magicamente 80% do PIB em 10 anos (o déficit esse ano foi de 8% do PIB) isso até 2022. É como se em breve, talvez daqui há 10 anos, para cada servidor na ativa haja 2 inativos com o mesmo vencimento. Tal sistema é inviável.
Ps1. Uma correção, parlamentares também são contra fisiologicamente à mudança, pois também perderiam sua aposentadoria.
Por fim, a sociedade brasileira ainda não se deu conta da realidade atual. Apenas alguns poucos estão desesperados com razão. O abismo fiscal é imenso e a realidade é mais próxima do que possa parecer. Escamoteada, no entanto, entre a nada desprezível conta da corrupção. O RJ é o retrato fiel do Brasil daqui há 5 anos. A situação fiscal caminha para um colapso, e aí incluo um judiciário perdulário e perdurante. Que em nada contribui para a melhoria do país, apenas para manter privilégios anacrônicos e alguns mais iguais que outros perante a LEI. Sendo assim, a chuva de processos para garantir os benefícios perdidos com uma possível reforma da previdência será enorme, e trará custos assombrosos para o erário público.
Esperança? Por enquanto a saída mais rápida dessa crise é pelo Galeão com possível escala em Guarulhos.
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