Me recuso a aceitar o que vejo. Há pessoas que ao mesmo tempo conseguem defender (criticar) o que aconteceu com o menor acusado de cometer furtos no bairro do Flamengo, e ao mesmo tempo criticar (defender) medidas para acabar com a violências nas manifestações, que vitimaram o jornalista Santiago Andrade.
Não há coerência lógica e muito menos ética nesse tipo de postura. Ambos os fenômenos estão interligados. É a violência generalizada que toma conta da sociedade, e mais, justificada e legitimada por grupos de interesses, sejam políticos sejam sociais. A questão do menor que praticada furtos no bairro do Flamengo é um exemplo típico da barbárie justificada pela violência. E mais, uma atitude covarde por parte das pessoas que o fizeram.
Nas balbúrdias criadas pelos black-blocs o mesmo se repete. Não são manifestações, por um simples motivo, manifestações são um meio para atingir um fim, elas pedem e antecipam mudanças. As balbúrdias que vemos hoje em dia são um fim em si mesma, não reivindicam nada, apenas o direito de fazer mais baderna e violência. Algo inconcebível e indefensável.
A ideia de que grupos políticos esteja por trás desses atos é totalmente coerente com o perfil de políticos que temos no Brasil. Acreditam que a democracia é falha, e por tanto, tudo vale, é guerra eleitoral, e esses manifestantes e as vidas que eles tiram e perdem são apenas efeito colateral na busca pelos seus objetivos. Mais uma vez o termo massa é imputado a esses manifestantes. Muitos deles se quer sabem o que estão fazendo ali, e talvez por isso sejam ainda mais perigosos.
Prevejo que algo precisa ser feito para haver uma mudança nesse cenário. Uma investigação minimamente bem conduzida já teria mostrado o que está por trás desse fenômeno. E enquanto isso o resto da sociedade assiste passivamente, aplaudindo e ao mesmo tempo repudiando a violência, quando conveniente for.
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