Ingenuamente vim defendendo o programa mais médicos. Defendia por um único parâmetro, o do livre exercício da profissão. Não concordo com um grupo político ou de pressão que obrigue profissionais a realizarem pré-requisitos para trabalharem, caso não sejam obrigatórios a todos. Como médicos formados no Brasil não precisam do revalida, o mesmo tratamento deve ser aplicado para outros médicos. Cabe exclusivamente ao empregador decidir se é ou não um bom profissional, é ele quem paga!
Contudo, cada vez mais fica evidente o tratamento desumano aplicado aos trabalhadores cubanos que vem para o Brasil contribuir para a saúde pública. E mais, pelo mesmo princípio do livre exercício, o mais médicos (versão exclusiva para Cuba) deveria ser radicalmente modificado. Não se pode aceitar trabalho escravo, cerceamento das liberdades individuais, nem tão pouco um tratamento diferenciado entre trabalhadores no mesmo cargo, seja em qual nível for.
Astutamente, para defender a bandeira comunista, o Ministério da Saúde, tenda se defender das acusações do MP sobre a inconstitucionalidade das relações de trabalho entre os médicos cubanos e o programa, alegando que o mais médicos apresenta uma relação de programa de estudos do que relação de trabalho. Um verdadeiro cenário funesto para os defendedores das liberdades. Não há como argumentar à favor deste programa com esse desenho institucional escravocrata.
O Brasil está cada vez mais abraçando bandeiras ideológicas e seguindo políticas de governo, oportunistas, e situacionais, ao invés de buscar políticas que transcendam essa discussão atrasada, ou seja, políticas de estado.
Por fim, me sinto envergonhado por viver em um país que aceite esse descaso com a pessoa humana, e que consiga aceitar isso, em prol de uma ideologia. Pois, o que mais deve-se aceitar em nome da causa...
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