Pular para o conteúdo principal

Nasceu com problema

No dia 10 de fevereiro um passo foi lançado uma pedra na vidraça da dita igualdade racial brasileira. Um jovem de 27 anos, foi preso nas ruas do Méier no Rio de Janeiro, unicamente por ser negro. Uéh, quem mandou nascer assim em um país marcado pelo preconceito racial e de classe.

Abordado e coagido por policiais, teve que provar sua inocência, em um sistema jurídico legal que preza a inocência de seus cidadãos. Mas, quem nasce errado nesse país precisa o tempo todo provar sua inocência. Para quem investigou o caso, a pergunta do porquê não investigar ou perquirir as informações sobre o acusado. Verificando, assim, aonde ele estava na hora em que a copeira Dalva Costa o acusou de ser o assaltante que havia levado sua bolsa, que obviamente não estava com o acusado.

Nesse país marcado por um preconceito e discriminação, ainda vejo pessoas contrárias a políticas de cotas raciais. Se compararmos o tratamento dado ao Vinicius Romão com àquele provido à cúpula do mensalão, ou a qualquer outro político corrupto que rouba, mata e aleija milhões de pessoas que dependem de dinheiro público nos hospitais e colégios e passam fome porque a verba foi simplesmente desviada para uma conta na Suíça.

 A sociedade civil precisa acordar. Ninguém merece um tratamento diferenciado. Se você cometer um crime, dinheiro em cor de pele não pode influenciar o seu tratamento em termos jurídicos. Mas a lei promove isso, uma vez que é muito custoso uma defesa que consiga por em prática o que a lei manda, como o direito ao contraditório, interrogatório apenas com um advogado e etc.

Por último, se esse jovem não fosse ator, não tivesse um emprego fixo e etc, seria tratado como bandido e preso inocentemente, e sairia da prisão com tamanha raiva do estado e da sociedade que não haveria outra alternativa que não se voltar contra esse sistema e essa sociedade hipócrita que o aleijou de sua cidadania, como muitos outros antes e, infelizmente, que virão depois.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a

Como combater a inflação inercial (indexação)

O indexação é uma forma de proteger sua reserva de valor. Um jeito de poder manter constante o rendimento de uma operação. Principalmente quando esta envolve troca de valores futuros, que, por conta da inflação, correm o risco de se deteriorarem rapidamente, conforme os meses e os anos passarem. A compra de bens de consumo duráveis e imóveis envolve, entre outras coisas, acordos de antecipação de receita para o lado do comprador, e postergação para o lado do vendedor. Para se protegerem da desvalorização da moeda (inflação) os agentes do lado da venda necessitam de instrumentos que lhe permitam atualizar o valor monetário dos fluxos de caixa futuros. Com isso a indexação se faz extremamente útil, pois sem ela, ninguém iria querer vender à prestação. Porém, uma compra indexada gera, também, incertezas para o lado do comprador, uma vez que, ele não tem condições de, a priori, conhecer qual será a taxa que irá vigorar para a correção de suas prestações. Gerando com isso um desco

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co

Marcadores