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Mostrando postagens de maio, 2014

Rio de Janeiro fomenta o casamento

O aumento do custo de vida tem alguns desdobramentos. Talvez o mais positivo deles seja a manutenção do casamento e o incentivo a uniões estáveis. A conta é simples, sustentar uma casa é mais barato do que sustentar duas separadamente. O casamento historicamente é fomentado pela religião e também pela economia. Uma família produz ganhos de escala. Além disso, taxa de fecundidade e de uniões estáveis é maior entre a população de renda mais baixa. Não é o acaso que gera esse resultado, e sim a própria necessidade. Pessoas mais pobres precisam dividir despesas, e por isso emerge a necessidade do casamento ou de uma união estável. Além do mais, com o aumento do custo de vida, casais mesmo que infelizes terão que manter o casamento caso queiram manter o mesmo padrão de vida. Os custos processuais com um divórcio e de sustentar duas casas impede que muitos tomem essa decisão. Além disso, quanto mais baixa a renda, maior é o ganho em termos de padrão de vida ao se casar. A conta é simp

Militarização da Administração do Ensino Público

Existe uma verdade insólita. Não gastamos pouco com educação básica. Gastamos mal, muito mal. Uma política pública incontestável é a da educação básica de qualidade e gratuita, que atenda universalmente toda a população. Algo factível se analisarmos países que atingiram esse patamar já na virada do séc XIX para o séc XX. Está no censo comum que o ensino público é uma porcaria porque o professor ganha mal e porque não há estrutura física adequada. Mentira. Um professor no ensino público ganha igual ou maior do que a sua contrapartida no ensino privado. Os concursos para professores são concorridos e geralmente atraem os melhores candidatos. Então porque dessa qualidade pífia? Não precisamos nem compararmos a média das nossas escolas públicas com os padrões internacionais. Basta compararmos o desempenho com as escolares particulares vizinhas as escolas públicas. É provável que o custo por aluno seja maior nas escolas públicas que nas escolas particulares. (Algo fácil de ser estima

Serviços e o aumento da assimetria informacional

Hoje estamos na era dos serviços. Foi-se o tempo em que a indústria era garantia de uma economia forte. Infelizmente, muitos ainda pensam dessa forma, muitos dos quais tomam as decisões políticas. O recrudescimento do setor de serviços que, na minha opinião, se deve principalmente a a revolução digital, gerou novas fontes de desenvolvimento econômico, as quais o Brasil, diferentemente dos outros Brics como Índia, e outros países como Israel, passa longe de sequer tangenciar essa onda. Israel é um polo desenvolvedor de aplicativos e serviços de informática,e a Índia, que fornece mão de obra especializada, Estados Unidos cediam as maiores empresas do ramo. Enquanto Brasil quer alavancar o crescimento reduzindo IPI. Sendo assim, exportamos cérebros para as gigantes americanas como Google, Oracle, Microsoft e etc. Uma economia intensificada em serviços promove uma redução do impacto ambiental. Não necessita de recursos naturais para se produzir uma boa ideia, basta capital humano

Greve Geral: Inflação

Podem sentar, haverá greves e mais greves até as eleições. Culpados?!? Gestão fiscal leniente. Pera aí, sempre ouvi falar que política fiscal expansionista gera crescimento econômico. Ainda mais em momentos de crise. Mais empregos, mais produção, felicidade estampada no rosto de todos.... cornucópia estatal! Bom sem entrar no mérito, mas se tem alguém levando chifre com certeza é o trabalhador, que não entende o que está acontecendo, mas sente na pele e reclama.  A política de salário mínimo vem achatando os salários de baixo para cima. Como sua regra permite ganhos acima da inflação, grande parte dos trabalhadores que vem perdendo poder de compra salarial, está olhando para baixo e percebe que seus vencimentos nem de longe acompanham o ganho do salário mínimo. Que ótimo!! Estamos reduzindo a desigualdade! (Sabe de nada...) Ao fazer isso, além de retirar pessoas da formalidade, pois a lei de salário mínimo garante que se você estiver empregado formalmente receberá X

Desabafo: Criminalidade

Ontem me vi em uma situação corriqueira no Brasil. Fui vítima de roubo de carro. Simplesmente três marginais armados levaram meu veículo, bem como pertences de baixo valor mas de altíssima importância, como livros e provas de alunos e notas de aulas. A questão que melhor explica a violência é o desemprego e a desigualdade social. Mas se pararmos para pensar, esses fatores não levam por si só um indivíduo entrar para o crime. Há mais por trás. Além de um desvio moral e um desapego a vida humana, tanto sua quanto de outrem. Acredito que uma vez nessa atividade, o indivíduo seja irrecuperável. Posto isso, a falta de segurança aliada há uma péssima gestão pública de segurança exercem fundamental importância. Soma-se, também, um baixo rigor penal para esses indivíduos, bem como o total descaso público com o sistema prisional, que não só não recupera mas como também alija e mata muitos. Não há solução fácil. Contudo a impunidade contra esses delitos deve acabar. Maioridade pe

Pró-Pobre?!

O país vive hoje em um contrassenso. A média histórica da variação do índice de gini, desde 1995 - após a estabilização monetária -  é de 0.04 ou 4%. Contudo, em 2012 o recuo foi de apenas 0.01 ou 1%. Ou seja, estamos reduzindo menos a desigualdade. Isso parece um absurdo se levarmos em conta a agenda da presidenta Dilma, que é referendada pelo novo Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, que foi o grande nome do IPEA durante a gestão atual. Uma das funções do IPEA é fazer uma crítica interna e avaliar de forma isenta as políticas que vem sendo adotadas. Não me parece que a presidenta Dilma tenha a intenção declarada de piorar a vida dos mais pobres, contudo, é o que vem fazendo. Sem a austeridade fiscal tão importante para garantir a estabilidade monetária, o país vive um surto inflacionário, que tem um impacto regressivo na renda. Além disso, a política de juros que antes era de diminuição e agora passou a ser de aumento da taxa, onera aqueles que pr

Incesto: Aumento de Preços e Aumento Salarial

Li um artigo que remete a perigosa relação entre aumento salarial e recrudescimento inflacionário. Como se uma coisa necessariamente implicasse na outra. A ideia apesar de conter lógica casualista, de fato não necessariamente precisa acontecer. A inflação nada tem a ver com aumento de preços. Os preços sobem por causa dela. O mesmo acontecem com os salários, que sobem por causa da inflação. Mesmo a regra do ajuste salarial, que reajusta o salário mínimo segundo uma média do crescimento dos últimos dois anos mais inflação, onera um país que cresce pouco, exatamente porque sua inflação é elevada.  Os salários sem regulamentação crescem na mesma proporção do aumento da produtividade. Logo, políticas que visem aumento ou ganho salarial necessitam debruçar em como aumentar a produtividade dos trabalhadores. Não se pode esperar que alguém aumente sua produtividade dando-lhe aumento salarial. Uma vez que trabalho pode se tornar um bem inferior, um aumento de salário pode vir até red

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