Analisando a situação atual da UERJ, percebemos que é nítido o esgotamento dos recursos do estado do RJ. Se não há mais recursos o que fazer? Não adianta nada promover paralisações e passeatas exigindo mais verba de onde não tem, e de onde, quando vem, essas verbas são mal destinadas e mal administradas. Sem contar o custo do real gasto. Em uma conta simples, penso que para cada 1 real gasto pelo estado, foi necessário arrecadar pelo menos 3 reais. Os outros 2 reais restantes se esvaem pela burocracia, má gestão, inépcia, ineficiência e corrupção.
Portanto, o que fazer? Esta é uma pergunta simples. A resposta pode ser complicada se levarmos em consideração qual é o horizonte de tempo contemplado na pergunta. No longo prazo, acredito que o debate seja extenso e a reflexão levaria alguns meses, caso se trabalha-se em grupo. Mas os problemas de curto prazo podem ser atacados, e já.
Primeiramente, a paralisação na UERJ se deu por falta de pagamento aos terceirizados, que são responsáveis pela prestação dos serviços de limpeza, segurança e ascensoristas. Penso eu que a fórmula mais rápida para tal, seria cobrar uma bagatela de 5 reais por cada aluno, professor e diretor que adentra-se no estacionamento da instituição com o seu veículo. Simples. Essa quantia poderia movimentar facilmente uns 5.000,00 reais diários, o que por mês daria 100.000,00 reais (20 dias úteis no mês).
Não sei se apenas cem mil reais poderia arcar com os contratos das prestadoras de serviço. Mas ajudaria e muito! Outra questão simples é o descaso da administração com o erário público. Observamos que poucas salas possuem algo simples. Um interruptor que apague a luz das mesmas quando não estiverem sendo utilizadas. Só isso geraria uma baita economia de luz. Se pensarmos que durante 10 horas da noite e 6 horas da manha, ou seja, 8 horas ou 1/3 do dia, a UERJ inteira fica iluminada à toa. Essa medida de desligar todas as luzes que não estejam sendo utilizadas, geraria uma economia de pelo menos 30% na conta de luz. (Não arredondei para 33% ou 1/3 porque ainda existem algumas salas com interruptores e os equipamentos de ar-condicionados são desligados por alguns).
A questão da redução da conta de luz poderia facilmente livrar parte do orçamento operacional da UERJ para ajudar, também, a quitar as dívidas com os fornecedores. Porém, há ainda muito a ser feito fora colocar um simples interruptor. Percebemos que, apenas olhando o dia a dia das lojas e lanchonetes da UERJ, que nenhuma possui também seus interruptores. Vemos, também, que locais de xerox deixam seus equipamentos ligados continuamente, e existem locais onde, sem mesmo ter um isolamento de vidros, os aparelhos de ar-condicionado, funcionam continuamente. De onde depreende-se a seguinte observação. Nenhuma loja utilizada pelos administradores privados dentro da UERJ possui um relógio individual de luz. Ou seja, todas não pagam seus próprios custos de luz. E a UERJ quem assume esse prejuízo. Logo, aqueles 3% dos 33% de economia que não imputei na colocação dos interruptores, podem virar facilmente mais 10%, totalizando 40% de economia na conta de luz.
Outro ponto. Percebemos que existem muitos equipamentos físicos interessantíssimos mal aproveitados pela universidade. Nos finais de semana, a concha acústica fica fechada, bem como o estacionamento. As salas de aulas não funcionam em sua maioria e etc. Portanto, facilmente o aluguel desses equipamentos para pessoas interessadas em utilizá-los, caso estejam ociosos, geraria facilmente uma renda extra bastante significativa para a própria instituição.
Paralelamente a isso. A UERJ poderia rever seus gastos com subsídios de alimentação e passagem, simplesmente chamando os alunos contemplados e pedindo comprovante de rendas atualizados, com o fim de dirimir as fraudes de pessoas que diminuem artificialmente sua renda, para serem contemplados por subsídios aos quais não teriam direito.
Quem tiver mais ideias fique à vontade de trazer para esse espaço. Quem achou sensatas as colocações, divulgue as mesmas. Pode ser que se feitas rapidamente, podemos voltar a aproveitar nossa querida instituição. Além disso, o mesmo raciocínio vale para todas as universidades públicas do país, e que hoje, enfrentam basicamente os mesmos problemas.
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