Pular para o conteúdo principal

O que se passa na educação universitária gratuita?

Nessa semana tivemos um caso lamentável de depredação e autoritarismo dos alunos no pólo de Campos na UFF (segue o link das fotos do episódio





O que eu vejo hoje é a ocorrência do seguinte problema em economia: perigo moral, uma vez que não há um sistema de incentivos correto entre o Agente e o Principal da gestão pública. Esse tema será tópico de novos esclarecimentos.

Mas de forma resumida, o que vejo são alunos incapazes de enxergarem o seu papel na sociedade. Um país pobre como o Brasil que oferece um ensino universitário gratuito, promove, aos poucos privilegiados, uma chance de mudar de vida e mesmo assim, cada demanda estudantil é sempre contraria aos interesses da sociedade, pois nenhuma delas exige que o aluno se esforce mais, aprenda mais, torne-se um melhor discente, e consiga ser mais produtivo no futuro, retribuindo à sociedade parte do investimento que lhe foi conferido.

Um exemplo simples. Alunos que vão à aula sem ter feito nenhuma tarefa. Imagine você se um professor chegasse em sala de aula sem saber o conteúdo da aula, isso é a tarefa básica do professor, e mesmo assim, apenas porque esteve presente, proclama o direito de não ser penalizado. Essa cena que parece ridícula, acontece sempre entre os alunos. Chegam em sala de aula sem nenhum conhecimento sobre as aulas que já foram passadas, não fazem as tarefas, e se sentem no direito de não serem penalizados com falta ou notas baixas. É um retrato de uma sociedade distorcida, onde o mérito entra no segundo plano. Mas, vale quem grita mais e se vitimiza. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a...

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co...

Sólon o primeiro "inflacionista".

O comércio internacional sempre foi o motor da economia mundial. Em um mundo onde viver em comunhão é garantia de sobrevivência, os humanos passaram a definir seus territórios, plantando, colhendo e produzindo seus próprios alimentos, conseguindo com isso fundar os primeiros povoados. No entanto, assim que as primeiras cidades foram fundadas, o comércio passou a ser rotina constante, dado que nem sempre se consegue produzir tudo o que o desejo alcança. Na Atenas do séc. VI a.c., por exemplo, haviam dois grupos de produtores mais ou menos organizados, os primeiros produziam azeites e vinhos, os segundos grãos em geral, principalmente trigo. Os primeiros compravam os grãos em troca dos vinhos e azeites produzidos. Até que em um determinado momento, a produção de grãos passou a rivalizar com agricultores do leste europeu. Permitindo que os produtores de azeite passassem a importar grãos ainda mais baratos. Esse fato literalmente quebrou a dinâmica econômica dos plantadores de grão...

Marcadores