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Incentivo vs. Extrativismo

Quando compara-se  a administração dos recursos humanos na esfera pública, buscar inovação, dinamismo, pro-atividade, empreendedorismo, esforço, ética e moral, na minha opinião, é algo ligado à atividade extrativa. Como nas economias primárias do homem pré-histórico, tudo que lhe era provido, não era fruto do seu esforço ou investimento. Não havia uma preocupação hoje com a oferta futura de bens/serviços. O mesmo acontece hoje no funcionalismo público. A preocupação é em se ter uma voz política uníssona, do que ter funcionários comprometidos e bem engajados nos seus respectivos trabalhos - evitando-se com isso a politicagem dos meios públicos, simbiose esta perigosíssima. O exemplo de tal questão se reflete na recente discussão dos salários do funcionalismo do executivo, acachapados pelo recrudescimento inflacionários - ou seja, os salários perderam seu poder de compra, graças a uma inflação promovida pelo gasto público desmedido. A iniciativa privada tem formas de trabalhar a ge

Inflação e seu caminho para o bolso do pobre

A inflação ainda não é ponto pacífico na literatura econômica heterodoxa. Contudo, há muito já foi debatida a relação perigosa entre déficit fiscal e emissão monetária e suas implicações sobre a dinâmica inflacionária. O modelo de Cagan (1956) mostra as possíveis consequências para uma economia que visa combater o déficit fiscal através do imposto inflacionário e, principalmente, se este não é capaz de sustentar aquele o resultado é uma hiperinflação. O Brasil, hoje, vive novamente o cenário do recrudescimento hiperinflacionário, com uma taxa anualizada passando 8%, beirando os dois dígitos anuais. Alguns ainda preconizam que o ajuste fiscal pode piorar esta questão, pois feito de qualquer modo, pode reduzir ainda mais a arrecadação do governo, que sem o devido ajuste dos gastos, promove um aumento do déficit fiscal. A consequência deste descontrole repousa nas altas da taxa da inflação e, o caminho de transmissão da taxa de juros consegue controlar parte desse problema. Segu

GREVE

Eu pessoalmente vivi dois momentos de mobilização grandes nas universidades federais, um em 2012, e novamente agora, em 2015. O que mudou de lá para cá? Pouca coisa, inclusive o governo, a ideologia do movimento e os grupos de interesse continuam exatamente os mesmos. Se há algo que pode ser traduzido como mudança significativa é que, em 2012 o país atravessa um momento de euforia social, apostando todas as fichas em um modelo nacional desenvolvimentista, puxado por Estatais e grandes e eventos, descontrole fiscal, onde cada grupo queria mais um pouquinho no seu pires. Foi feito, em 2012 a greve conseguiu que se extingui-se a antiga separação entre a carreira dos professores titulares e os demais. Essa separação, antes de status , era também remuneratória. O que foi feito foi simplesmente acabar com a carreira do professor titular, e, após isso, subir um pouquinho os salários dos professores. Contudo, como quem possui mais experiência possui mais influência política, esse grupo a

Liberdade total não é a resposta

Com o atual surto de violência, grupos reivindicam o direito legítimo da auto-defesa. Afinal de contas, ninguém deve esperar a ação do Estado para se defender quando sofre um atentado contra sua vida ou dignidade pessoal. Os indivíduos precisam ter a faculdade da auto-defesa, que é legítima e louvável moralmente.  O Estado brasileiro é negligente em relação aos seus cidadãos. Não consegue proteger minimamente aqueles os quais respeitam a constituição. Na prática, o cidadão de bem se vê refém entre uma polícia corrupta e bandidos cada vez mais cruéis e jovens, uma vez que o mundo do crime rapidamente extirpa esses indivíduos ou pela morte ou pela cadeia, sendo a primeira muito mais eficiente do que a segunda. Além da conhecida inépcia dos atores do Estado, e os policiais ali se encontram. Profissionais que arriscam a vida para proteger a vida de desconhecidos, e fazem da sua ética a defesa da lei e da ordem. Contudo, gostaria de desconstruir essa definição. Em nenhum lugar do

Brasil e sua economia em guerra constante

A teoria econômica clássica não admitia a hipótese de inflação com recessão. Ou seja, preços subindo com atividade econômica em queda. Nada mais obvio. Como poderiam os preços subir se a renda está diminuindo. Em um modelo de oferta e demanda, uma das pontas da tesoura é a oferta, a outra é a demanda, se qualquer uma das duas está em queda, assim também será nos preços e nas quantidades negociadas. Contudo, as economias do pós-primeira guerra mundial passaram a conviver com esse fenômeno de estagflação, fenômeno o qual não se coadunava em um cenário internacional baseado no padrão ouro. Aos países da tríplice aliança, perdedores da primeira guerra, foram impostos aos tratado de Versalles (Alemanhã) e tratado de Saint Germain (Império    Austro-Húngaro), o que muitos consideraram a semente principal da 2 Guerra Mundial, uma vez que foram impostas multas e reformas pesadas e humilhantes para os países derrotados e suas economias. A forma pelo qual Alemanha e Áustria encontram de

A SELIC aumento. O que pode acontecer?

A literatura econômica apresenta um ponto pacífico na questão da transmissão dos juros sobre a atividade econômica. Se os juros sobem a atividade econômica cai. Puro e simplesmente. Essa dinâmica se dá porque fica mais caro investir, mesmo com capital próprio, pois aumenta o custo de oportunidade do capital. Sendo assim, investimentos com baixas taxas de retorno ficam menos atrativos, e não são implementados. Além disso, parte do consumo que depende de renda futura, também é contraído. A proporção da contração do consumo intertemporal pode seguir a seguinte relação matemática: Supondo que exista um fluxo de caixa utilizado para compor o valor presente de um determinado consumo, logo se você poupa uma parcela P todo mês, e esta é sua forma de pagar seu financiamento, o valor máximo que você conseguiria financiar a uma taxa de juros "i" qualquer, será: A segunda expressão representa a resposta no consumo, dado uma alteração na taxa de juros. Observa-se, então, que

UNIVERSIDADES PÚBLICAS, o que acontece?

Não há nada mais prazeroso, ao que parece, do que investir dinheiro público no Brasil. Como um passe de mágica, empreendimentos que nunca foram cogitados saem da cartola dos policy makers  de maneira rápida e intempestiva. Quando se trata de algo que é logicamente aceito como investimento público, então, rapidamente esse investimento ocorre. Contudo, os erros cometidos são imperdoáveis. Uma vez que, de um modelo exitoso de desenvolvimento acadêmico, apesar de extremamente elitista, a realidade acadêmica hoje é pobre em comparação com o cenário internacional. Segue abaixo o ranking dos países por artigos publicados, citados, e seu impacto, avaliado pela Times Higher Education . A razão da pouca efetividade dos resultados acadêmicos no Brasil não são de fácil esclarecimento. Contudo, uma parcela significativa dela emerge do modelo educacional e científico aqui perpetuado pelas Universidades Públicas. Tais instituições detém praticamente o monopólio da pesquisa científic

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