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Sólon o primeiro "inflacionista".

O comércio internacional sempre foi o motor da economia mundial. Em um mundo onde viver em comunhão é garantia de sobrevivência, os humanos passaram a definir seus territórios, plantando, colhendo e produzindo seus próprios alimentos, conseguindo com isso fundar os primeiros povoados. No entanto, assim que as primeiras cidades foram fundadas, o comércio passou a ser rotina constante, dado que nem sempre se consegue produzir tudo o que o desejo alcança. Na Atenas do séc. VI a.c., por exemplo, haviam dois grupos de produtores mais ou menos organizados, os primeiros produziam azeites e vinhos, os segundos grãos em geral, principalmente trigo. Os primeiros compravam os grãos em troca dos vinhos e azeites produzidos. Até que em um determinado momento, a produção de grãos passou a rivalizar com agricultores do leste europeu. Permitindo que os produtores de azeite passassem a importar grãos ainda mais baratos. Esse fato literalmente quebrou a dinâmica econômica dos plantadores de grão

Afinal, Mises acertou em sua tese do cômputo econômico?

Segundo Ludwig Von Mises em uma economia planificada sem direitos de propriedade bem definidos e com a decisão do que, quanto, onde, quando, como e porque produzir nas mãos de um planejador central o cálculo econômico se torna impossível . Sua conclusão está baseada em sua  crítica à teoria do valor marxista que define o valor de um bem pela quantidade de trabalho empregado. Como, na teoria marxista, apenas o trabalho gera valor, um bem seria tão ou mais valioso quanto mais homem-hora forem alocados em sua produção. Ainda com base nos cálculos de bens mais simples, Mises discute que, nunca se poderia entender o valor agregado de bem mais complexos , pois tais valores não são apenas uma soma contábil de bens simples multiplicados pela sua quantidade. Existe na economia uma forma bem mais complexa de estipular o valor de algo. E essa dinâmica se deve a interação de mercado entre agentes que buscam maximizar suas utilidades escolhendo bens que revelam suas preferências, e sendo

Opinar sobre tudo

Opinião remete a uma conjectura sobre algo/alguém as vezes pré-concebida, e portanto, eivada de preconceitos e heurísticas de pensamento. Geralmente a primeira opinião, segunda, terceira, ... são e estão erradas. Principalmente porque quase nada é tão fácil de se fazer uma leitura a primeira vista.  Mas como coadunar este fato acima com a necessidade cada vez maior em nossa sociedade sobre a opinião. Opinar hoje é quase um direito/dever de todos. Cada um tem que estar pronto para se posicionar sobre um assunto, sem ao menos nunca ter refletido, ou saber refletir sobre. As pessoas acabaram ou por necessidade ou por interesse se acostumando com tal hábito. Esse hábito de opinar pode ser classificado como um péssimo hábito, principalmente porque seria o mesmo que responder perguntas sobre determinados assuntos sem ao menos ter um conhecimento prévio. Não importa se você tem uma boa coerência lógica/textual, argumentar necessita de sabedoria e afinidade sobre o assunto em voga.

BNDES fonte de distorção

Distorção é definida conceitualmente como algo que modifica o estado natural de alguma coisa ou alguém. Em economia as distorções geralmente são provocadas pela atuação de forças contrárias às de mercado - livre iniciativa. A livre iniciativa baseada no sistema de trocas voluntárias, um negócio é concretizado se ambas as partes estiverem pelo menos melhor ou igual a situação anterior. Logo, cada negócio realizado é um ganho potencial para a eficiência e bem estar de todo o mercado. As falhas de mercado, contudo, possibilitam que em interações dinâmicas, a assimetria informacional (uma das falhas de mercado mais importante) gere perdas para um(s) do(s) agente(s) que realiza um negócio. Ou seja, alguém voluntariamente promove um acordo mas que gerará uma perda futura de bem estar. Essa ação ocorre exatamente porque os mercados em muitos casos não provêm a informação completa nem a segurança nos contratos capaz de garantir o cômputo econômico de forma correta. Além disso, com o avan

Teorema Ricardo-Vampi

Comentando sobre a gestão atual do time do Flamengo. Segundo teorema do orçamento equilibrado (Keynes), um aumento de uma unidade nos gastos sendo sustentado por um aumento na arrecadação provoca um aumento de mesma intensidade no produto. Ocorre que a teoria econômica abraça um outro teorema que é antagônico ao anterior. Seu nome é teorema da equivalência ricardiana, o teorema diz que quando se aumenta os gastos, ao invés de se provocar um aumento no produto o que ocorre é que os consumidores irão antecipar o aumento do tributo futuro para saldar o déficit fiscal e portanto irão poupar mais e não consumir a renda excedente, o que faz com que o produto não se altere. No futebol tivermos um recente caso de um jogador que antecipou esse teorema, inclusive poderíamos fazer uma nova combinação e falar sobre o teorema do Ricardo-Vampi. O teorema de Vampeta informa que caso um clube de futebol aumente seus gastos contratando craques valorizados só que sem sustentabilidade, provo

Um Moisés para muitos Aarões.

Calma, não quero dar nenhum ensinamento bíblico forçado ao leitor, quero apenas deixar uma reflexão sobre o papel do cientista e do comentarista de ciência. Ao que parece, no mundo de hoje, as subcelebridades científicas, ganham espaço e notoriedade, fazendo o que alguns acham erroneamente extremamente positivo. Comentar e interpretar os avanços científicos para o público em geral. E qual a parte negativa nisto? É porque muitos acabam dando uma interpretação pessoal e na maioria dos casos deturpando as conclusões científicas, que geralmente, são muito mais particulares, sui generis  e dependem de hipóteses que os divulgadores acabam não revelando, não sabendo, ou sequer sabem o que significam. Aarão foi o irmão mais velho de Moisés, e teve um papel fundamental na divulgação na doutrina da religião judaica. Moisés foi quem conversou com Deus e trouxe o conhecimento, Aarão foi quem falou a língua do povo, e soube divulgar as Leis/Mandamentos para o leigo. O cientista, atualmente, a

A covardia estatal

O ser humano é um bicho no mínimo engraçado. Os dados não conseguem refletir sua realidade. Mesmo tudo indo bem, poderá achar motivos para reclamar, e vice-versa. Analisar quantitativamente sua percepção de satisfação e felicidade é um caos para qualquer analista de microeconomia. Ao que parece se chega a uma conclusão de que a inveja é um sentimento mais forte do que a fraternidade, principalmente nos tempos atuais. Não é uma inveja cega, mas uma que nos diz o seguinte: a tristeza do meu irmão é menos triste do que a minha. Ou seja, mais vale estarmos menos tristes do que alguém do que menos felizes do que outros. Quando todos perdemos mas um perde menos, este consegue se sentir melhor do que em uma situação em que todos ganham, mas ele ganha menos. Esse é um paradoxo extramente complexo. Se a situação econômica melhorar, a melhora dos outros promove uma externalidade negativa àqueles que ou não melhoraram, mas melhoraram menos. Confuso e complexo. Por isso, nada mais prazeroso d

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