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Brasil: A confirmação do modelo Hecksher-Ohlin

Em 1919 dois economistas elaboraram um artigo, seus nomes são Eli Heckscher (1879 - 1952) e Bertil Ohlin (1899-1979), aonde, seguindo uma perspectiva ricardiana de vantagens comparativas e analisando o equilíbrio de longo prazo no padrão de comércio eles postularam o seguinte. Uma economia irá se especializar no produto cujo fator de produção intensivo seja relativamente abundante em seu território. Ou seja, uma país com muito capital, irá exportar bens cujo fator intensivo é capital. Um país que é abundante em mão de obra, irá exportar bens cujo fator intensivo é trabalho. Simples assim. Olhando para o Brasil é fácil perceber qual o fator de produção é abundante. Terra, e como diria os fisiocratas, uma  das primeiras escolas do pensamento econômico, é na agricultura a condição de crescimento de longo prazo, sobretudo da população. O primeiro relatório a abordar essa questão na era moderna foi o Relatório Meadows do Clube de Roma. Veja o gráfico abaixo Nesse relatório, apes

Democracia Falha

"Um governo do povo, sem informação para o povo ou sem os meios para que ele a obtenha, não é nada mais do que o prólogo de uma farsa ou de uma tragédia, ou talvez de ambas. A informação deve sempre governar sobre a ignorância, e o povo que quer ser seu próprio governante deve armar-se com o poder que a informação proporciona.” (James Madison, quarto presidente dos EUA); Como podemos ainda admitir o voto secreto de nossos representantes, em uma democracia representativa? Faz algum sentido? Em um modelo de agente-principal, uma questão preponderante é o Perigo Moral, ou seja, se de fato, sem observação, o agente contratado pelo principal, irá cumprir o contrato, ou seja, irá se esforçar em seu trabalho. Neste caso, quando o custo operacional de se monitorar o trabalho é muito alto, o que se deve fazer é avaliar o resultado ou o produto do trabalho, que, mesmo sendo muitas das vezes uma variável aleatória, depende sim do esforço do agente. No caso da democracia representativa b

O Mais Médicos na ótica do Modelo Clássico

Talvez o modelo mais elegante e mais conhecido é o modelo Clássico. Modelo este que segue as premissas da microeconomia, onde, até então, macro e micro era uma única coisa. Ele apresenta algumas hipóteses que podem ser questionadas, como: i) Informação perfeita ii) Flexibilidade total dos salários Sendo assim, não há espaço para manobras como ilusão monetária, políticas fiscais visando o curto prazo e etc. Contudo, o modelo clássico não deixa de responder questões importantes, como por exemplo, o que define o nível de produto e emprego em uma economia. Bom, essas questões são respondidas por duas variáveis, dotação de fatores de produção e produtividade marginal do trabalho. O salário nominal pouco importa, com isso, o nível de preços não afeta a produção, o que torna a curva de oferta vertical. Mas aí você pergunta, o que isso tem a ver com o mais médicos? Bom, o mais médicos aumenta a dotação de trabalho, sendo assim, há queda no salário real, permitindo uma expansão do prod

A favor do movimento Mais mundo!

Quem critica o movimento Mais médicos por achar que é uma arbitrariedade do Governo resolver garantir o exercício da profissão de um médico formado fora do país, sem passar por um crivo de uma instituição que representa quem já está no mercado não pode nunca defender o liberalismo econômico, e quem é a favor, jamais poderá falar mal do livre mercado. Mas quanta contradição vivemos! Primeiro, quem deve decidir se você é bom ou não para o trabalho é o mercado, e no caso dos médicos, os pacientes que aceitam se tratar com ele, em virtude, talvez, de não terem outra opção, ou opção melhor. Mas, indubitavelmente, pior do que está não fica, a tendência é de melhora da situação da saúde pública. Contudo, quero que esse projeto não fique apenas aos médicos, quero que qualquer profissional seja passivo de ser contratado pelo mercado, independentemente se sua formação é ou não no Brasil, defendo acabar com a reserva de mercado de qualquer grupos de interesses. Além disso, quero ver no Brasi

Abaixo ao preço da gasolina e pela liberação da maconha

Tenho visto dois movimentos que vão de encontro ao que proponho no título deste artigo. Em um país que apresenta dimensões continentais a gasolina consegue ser mais barata no Ceará, que não é centro produtor, do que no Rio de Janeiro, que também é mais alta do que em Piauí, Paraíba e Pernambuco. Ainda dizem que os preços são os grandes vilões da Petrobrás. Na realidade a Petrobrás é o grande vilão dos preços. Ela possui monopólio da produção, do refino, da venda, e agora, paulatinamente vai conquistando cada vez mais espaço na distribuição de gasolina. Mas calma gente, é pelo bem do Brasil! Mais da metade do preço da gasolina é de impostos. 84.0% para ser preciso! E ainda querem aumentar o preço pelo bem da nossa Estatal Mãe. Na realidade, nenhuma mãe que se preze iria ficar quieta se o seu leite fosse taxado de forma tão alta, e seus filhinhos!! Mas, no caso do Brasil, precisamos parar de enxergar a Petrobrás como se fosse um patrimônio particular nosso ou da nação, ela é uma em

Pela volta da CpMF

Apesar de tudo, a CPMF era um importante instrumento de controle fiscal. Coibia às ações de sonegadores de impostos, pois, era fácil calcular a movimentação financeira atípica com seu vencimento declarado e, também, era um importante financiador para a saúde, porém, seu nome provisório deu o tom de quebra galho da contribuição. Em um país aonde a soma dos impostos indiretos é de 48,5%, impostos estes regressivos (se você não sabe o que é procure e se irrite como eu), a CPMF possui a característica de pelo menos ser um imposto direto e progressivo, e talvez por isso, foi o único corte tributário da história recente do país. Nossa saúde anda péssima, em 2011 o gasto público em saúde foi de 3,84% do PIB, enquanto que a média de países europeus com sistema universais de saúde é de 8,3% do PIB. Além da culpa ser do nosso ineficiente sistema previdenciário que em 2010 gerou uma soma de 18,1% do PIB, o que não deixa espaço para outros gastos. Não que não seja importante pagar de for

Sobre o Dólar...novamente

Tenho percebido um verdadeiro caos nas explicações da subida da moeda americana. Os argumentos vão desde a uma apreciação generalizada, ou seja, um fenômeno global, até pela queda nas exportações brasileiras, o que reduz a oferta da moeda americana. Tudo isso é verdade. Mas existe uma razão nevrálgica que é o descolamento da taxa de inflação. Enquanto a economia americana apresenta taxa de inflação média de 3% desde 2008, o Brasil apresenta taxa média de 6%, o que no acumulado chega a uma diferença de 20%. E 20% é exatamente o patamar de valorização do dólar de R$2,00 para R$2,40. Mas não precisem achar que agora o fenômeno irá arrefecer. A tendência da inflação americana ainda é de baixa, com a diminuição dos estímulos, e, também, com o aumento dos juros americanos com o fim do quantitative easing , nosso prêmio de risco se tornará menos atrativo, logo, até o final do ano a perspectiva é que a conta capital não mais garanta o saldo positivo da Balança de Pagamentos, o que signif

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