Tenho percebido um verdadeiro caos nas explicações da subida da moeda americana. Os argumentos vão desde a uma apreciação generalizada, ou seja, um fenômeno global, até pela queda nas exportações brasileiras, o que reduz a oferta da moeda americana. Tudo isso é verdade. Mas existe uma razão nevrálgica que é o descolamento da taxa de inflação. Enquanto a economia americana apresenta taxa de inflação média de 3% desde 2008, o Brasil apresenta taxa média de 6%, o que no acumulado chega a uma diferença de 20%. E 20% é exatamente o patamar de valorização do dólar de R$2,00 para R$2,40.
Mas não precisem achar que agora o fenômeno irá arrefecer. A tendência da inflação americana ainda é de baixa, com a diminuição dos estímulos, e, também, com o aumento dos juros americanos com o fim do quantitative easing, nosso prêmio de risco se tornará menos atrativo, logo, até o final do ano a perspectiva é que a conta capital não mais garanta o saldo positivo da Balança de Pagamentos, o que significa saída de divisa internacional, menos oferta, e preço para cima.
O que o governo brasileiro poderia fazer? Bom, infelizmente não acredito na Condição de Marshall-Lerner no curto prazo, principalmente devido a grande quantidade de insumos de bens tradables, o que sinalizaria para um comportamento do tipo Curva J. Se você é economista e não entendeu, pegue um livro de Comércio Internacional urgente. Sendo assim, a minha proposta para o governo brasileiro é segurar a inflação através da diminuição da base monetária, via venda de títulos e interrompendo a criação de papel moeda em poder do público. Poderia, também, aumentar os encaixes compulsórios dado os lucros recordes dos bancos comerciais. Tal política diminuiria o M1, fazendo com que a inflação recue significativamente dando espaço para deixar o dólar se apreciar.
Bom, se eu acredito que isto será feito? Me acompanhe no blog e dê seu comentário!
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