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É preciso mudar a cultura do preço

Estamos no cheque especial no que tange à utilização dos recursos naturais para o atual sistema de produção. Caso queiramos replicar ad infinitum o atual processo, mesmo sem levar em conta o aumento da demanda com o gradual aumento populacional, não haveria mais como obter os recursos naturais que são utilizados como insumos.

Existem dois tipos de recursos naturais, os que são renováveis e os que não são. Contudo, renováveis não significa que eles podem sem consumidos sem que haja nenhuma racionalidade. Pense neles como peixes em um lago, caso se pesquem todos de uma vez, como estes peixes irão procriar? É o que acontece no planeta hoje. O petróleo é renovável também, contudo, o processo demora milênios para transformar matéria orgânica em petróleo, já a produção consegue utilizá-lo de forma a transformar um trabalho de milênios da natureza em alguns segundos.

Contudo, a dificuldade de adquirir os insumos estaria expressa nos preços, portanto, caso algo fosse ficando escasso mais caro iria se tornar, e assim, haveria uma substituição natural deste produto por outro similar e mais barato. Porém, essa racionalidade depende de dois fatores: a visão de longo prazo do produtor que não pode visar apenas o lucro imediato, e segundo a sensibilidade do demandante de entender que o aumento de preço visa a correção de uma situação que é natural. Pensem no caso do papel reciclado ou com madeira reflorestada. Ele passa a ficar mais caro assim, porém, existem ainda empresas que ofertam papel sem se preocupar com o reflorestamento. Qual você acha que consegue produzir com o menor custo, e por decorrência, com o menor preço? E será que o mercado faz a escolha correta no consumo, ou se deixa levar por impulsos de curto prazo?

Essas questões precisam ser respondidas o quanto antes. Acredito também que parte das nossas questões ambientas sejam resolvidas pelo avanço tecnológico, mas, como disse Schumpeter, esse avanço não é indolor, provoca a destruição criativa. E, será que os atores da indústria do petróleo, estão prontos a abandonar o palco? 

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