A maior reforma política de todas é a reforma no pensamento do eleitor de que sem ele existe alguma forma de se mudar. O eleitor é uma variável endógena no modelo. Não há como fechar a conta sem que esta atue. Confiar em reformas políticas advindas de heróis, super-homens, ditadores benevolentes e líderes carismáticos é rechaçar tudo o que a história vem nos ensinando, mas, ao que tudo indica, todos estavam matando as aulas de história.
Novamente, defendo que o indivíduo tem um papel nevrálgico neste modelo. Não existem partidos, plataformas, ideologias e bandeiras, pois tudo se resume, no final, aos indivíduos que estarão atuando. Por isso a questão da corrupção não pertence aos partidos, pertence aos atores, não existe um partido corrupto, existe um indivíduo corrupto. O mesmo raciocínio pode ser aplicado às empresas, contudo, os indivíduos se escondem por de trás para cometer atos ilícitos. A responsabilidade, mesmo que indireta, deve recair no colo do administrador final, mesmo que de forma indireta. Afinal, ele é o responsável pela empresa.
A nova lei de corrupção, cuja aprovação foi pressionada pela OCDE define que entre as punições previstas estão aplicação de multa de até R$ 60 milhões, interdição parcial das atividades e fechamento. É um ganho em termos de accountability e também reduz a questão do risco moral para o país, pois, não se pode mais eximir a culpa do controlador caso ele alegue não saber um ato de corrupção, onde tal ato favorece fortemente o seu próprio bolso.
Por fim, gostaria de ver um movimento contra o voto obrigatório, um direito sempre irá corresponder a um dever sobre a ótica de um direito subjetivo. O direito do voto deve corresponder ao dever do respeito a decisão democrática e, como tal, não pode ser compulsória, não estamos em um estado absolutista ou ditatorial. Só assim, consigo enxergar uma mudança no perfil eleitoral, aonde o voto deixa de ser uma obrigação e passa a ser uma ferramenta de mudança, só que de dentro pra fora!
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