Muito se comenta sobre a necessidade de mão de obra qualificada no Brasil. Eu refuto esta teoria, pois, comparativamente, passamos a formar mão de obra qualificada, e inclusive, estamos exportando nossos melhores trabalhadores, fato este que não compactua com um país de mão de obra de baixa qualificação. Acontece, que caso a mão de obra qualificada fosse necessidade no país, estaríamos importando engenheiros, doutores, técnicos, entre outros. Contudo, comparativamente, os EUA são o país que importam a maior parte deste perfil profissional. E existe um motivo claro para isso. Eles possuem um mercado muito mais desenvolvido e que permite que a produtividade deste profissional seja tamanha, que seria impossível competir em termos de remuneração direta, e, além disso, por ser um pais com relativa qualidade de vida, a remuneração indireta pode potencializar o efeito atrativo para os mais qualificados.
Apesar de achar que o Brasil ainda dá de 1000 a 0 em comparação a remuneração indireta. Temos, um motivo muito mais forte para criticar falhas estruturais da nossa economia, e principalmente, do perfil do país, que é a qualidade do nosso eleitor. Acredito que seja um dos piores tipos de eleitorado do mundo, ficando empatado com o russo, o mexicano e o italiano. Temos uma das piores taxas de confiança entre a população com relação aos políticos, e isso, segundo uma perspectiva hegeliana de dialética só existe porque nós, enquanto eleitores, somos extremamente ineficientes e relapsos. Demandamos coisas irreais, questionamos sem refletir criticamente, e fazemos nossos políticos tomarem decisões demagógicas, e quando temos que questionar moralmente alguma decisão, temos uma passividade tremenda. Um exemplo disso é a questão no Rio de Janeiro aonde a concessão do Maracanã gera muito mais revolta do que a licença concedida ao Luciano Hulk construir uma casa em área de proteção ambiental pelo Governador Sérgio Cabral, licença esta que foi intermediada pelo escritório de advocacia da mulher do Governador.
Não temos censo crítico para entender mudanças na gestão governamental, mesmo que estas sejam positivas para a vida da população e da economia.
Irei dar um exemplo: A questão do Maracanã. Muito se debate sobre o futuro do Estádio de Futebol. Pois foi alvo de vultuosos investimentos públicos do Estado do Rio de Janeiro num total de 1,2 bilhões aproximadamente. O primeiro questionamento foi sobre a mudança, era necessária? Segundo, o total do investimento. Terceiro, o que fazer com o novo estádio. Quarto, qual o modelo de gestão que deve ser utilizada.
Eu respondo todas a essas perguntas de forma mais simples possível. Não era papel do estado do Rio de Janeiro investir em um bem que possui todas as características de um bem privado, é excludente e rival. Não há nada na literatura econômica que aponte para essa necessidade, salvo quando há ganhos advindos de externalidades positivas. Bom, quem mora no entorno do estádio sabe muito bem que as externalidades advindas são negativas, e bem negativas. Portanto, investimento público em estádio de futebol é uma heresia em termos de conduta econômica. Contudo, uma vez feito, a melhor forma de contornar o problema não é atacando o formato de concessão, e sim, em que termos esta concessão está sendo feita, tem que se exigir transparência e controle. Mas, ao se firmar um contrato, antes de mais nada, deve haver respeito. Pois, judicialmente e economicamente, as implicações de quebras contratuais são extremamente onerosas para toda a economia. E estamos caminhando para um série de quebras contratuais com a atual administração do estádio. Tudo porque o governador não quer perder mais ainda a sua popularidade. Precisamos acordar e para de reclamar do que ainda não temos ciência ou certeza. Isso só irá atrasar o desenvolvimento, e mais, irá, mais uma vez, mostrar que o nosso verdadeiro problema está no eleitorado.
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