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Pela Volta da CPMF x2

O Brasil deu seu primeiro passo para uma distribuição de renda mais civilizada com o Plano Real e a estabilização monetária. Para se ter uma ideia do quão desigual é o Brasil em comparação ao resto do mundo, irei discutir alguns dados. Veja por exemplo a colocação em termos do ranking mundial. Clique na tabela ao lado, o Brasil está na 122º posição. E isso nos dados de 2012, em 1994 o Coeficiente de Gini era 0.6. Portanto, ainda temos um bom caminho para percorrer até entrarmos em um país com uma desigualdade de renda mais civilizada, cuja média dos países da OCDE é de 0.32. Andamos bastante nesta direção após 2002 com as políticas de transferência de renda do Governo Lula, mas que só foram possíveis graças a estabilização econômica. E todos concordam que o Plano Real foi fundamental para o país vislumbrar uma possibilidade de melhora futura. Mas como poucos realmente estudaram de fato o que foi feito durante o Plano Real, não tem a real dimensão de como o lado fiscal da ec

Políticas de Estado vs. Políticas de Governo

Duas catacreses que são associadas às políticas vigentes mas que ainda não caíram no senso comum. Políticas de Estado e de Governo traduzem a finalidade de uma política. Esta define àquelas políticas que visam atender uma demanda do Governo em si, ou seja, não atendem a interesses da nação mas do partido político ou governante ( policy maker ) em questão. Aquela define àquelas políticas que visam atender às demandas do Estado, ou seja, não tem interesses políticos diretos, seus interesses devem se coadunar com toda a sociedade e não apenas a pequenos grupos politizados. Sendo assim, temos um importante indicador sobre que políticas devam ser adotadas e receberem preferência e urgência. Vamos exemplificar dois temas: a) Fiscal; b) Político. Uma política de Estado foi a implementação da LRF, que atendia a interesses do Estado brasileiro, e não gerava privilégios diretos para nenhum grupo político. Foi a fase final do Plano Real pois permitiu que o lado fiscal agora estivesse contro

Reforma Fiscal Já!

Em um momento de crise é muito mais difícil se pensar em uma reforma fiscal que atinja toda a economia e de forma inteligente, pois momentos de crise levam ao desespero, e o desespero leva à tomada de decisões por impulso sem reflexão, e não é disto que precisamos. O Brasil precisa de uma reforma fiscal consistente e que demande a utilização dos nossos melhores recursos técnicos e humanos nessa tarefa. O Brasil hoje ainda tem uma das maiores desigualdades sociais, principalmente se compararmos com os países da OCDE. Grande parte dessa desigualdade advém do fato de que nossa carga tributária é de impostos indiretos, ou seja, aqueles em que o contribuinte pode repassar parte ou toda a carga dos impostos para terceiros. Um exemplo do impostos indiretos são o ICMS e o IPI, ou seja, impostos relacionados ao consumo. Arcará com a maior parte dos impostos o agente econômico (ofertante e demandante) que tiver a maior dependência ao bem, ou seja, menor elasticidade preço. Nesse caso,

O que ainda está oculto: Flexibilização Quantitativa.

O "afrouxamento" monetário americano que tem sido alvo de debates na imprensa brasileira ainda está mal entendido por parte dos atores econômicos brasileiros. Já escrevi um artigo sobre o mecanismo por trás dessa política monetária que tem como fim promover uma expansão da economia via aumento da liquidez quando a economia se encontra em um ponto aonde a curva LM é horizontal, i.e., Armadilha da Liquidez. Essa política expansionista tem um fim, promover o aumento do crédito via compra de títulos privados pelo FED americano. Contudo, é uma política de curto prazo, e nada tem a ver com o aumento ou diminuição dos juros dos títulos públicos americanos que já estão em 0.9% a.a. (taxa real). Contudo, a taxa dos títulos americanos com prazo de 10 anos vem subindo, em junho era de 2.0% e agora está em 3.0% (nominais), mas ao descontar a inflação a taxa ficou em 0,6% a.a.. Em comparação com o Brasil, os títulos públicos estão pagando 9.0% a.a. menos uma inflação de 5.75% a.a.,

O que é uma bolha?

Os economistas tem o costume de taxar certas situações com jargões próprios o que acaba reforçando a teoria de que a economia é uma ciência hermética. Contudo, é sabido que se defende por jargões em qualquer profissão, aquele indivíduo que não sabe bem o que está falando, e por isso, para impressionar ou mesmo evitar ser questionado abusa dos benditos jargões. Um jargão bastante conhecido é a chamada bolha econômica, de tão conhecido já virou uma catacrese. Figuras de linguagem são muito mais herméticas! Mas, não custa nada explicar melhor, inclusive de maneira mais lúdica. Bolha é um fato que ocorre e que não tem fundamentação econômica nem na teoria nem nas variáveis econômicas. O melhor exemplo que eu posso dar para uma bolha é uma mulher bonita que namora um homem feio e sem dinheiro. Ué, mas que preconceituoso! Existem sim mulheres que andam e namoram com homens feios e sem dinheiro porque estão interessadas em outra coisa, esse tipo de situação acontece. Bom, como n

Plano Real: Para mim só se concluiu em 2000.

O derradeiro plano econômico que conseguiu vencer a inflação brasileira merece seus créditos, e, portanto, não irei esperar sua data de aniversário, 30 de Junho, para tecer comentários sobre o que segundo muitos foi o mais exitoso plano econômico da história do país. Seus êxitos vão muito além de controlar a inflação, pois também pois fim a uma trajetória crescente da desigualdade social, permitiu o crescimento econômico com estabilidade, e conseguiu fazer com que a economia brasileira pudesse atravessar 3 crises econômicas externas (México, Rússia e Tigres Asiáticos), além de crises geradas internamente como a do Apagão e a do Pré-Lula e uma mais geral criada pelo 11 de Setembro, sem abandonar seu zelo pelo controle da inflação. Mas, a equipe do Plano Real não era uma equipe vitoriosa atoa, seus componentes: Pérsio Arida, Edmar Bacha, André Lara-Resende e Gustavo Franco, participaram no pífio Plano Cruzado liderado por Dilson Funaro. Logo, aprenderem na pele que um controle de p

Curso de Estatística e Econometria

Esse mês estarei montando um curso de estatística e introdução à econometria. Será locado no Centro do Rio de Janeiro. Serão  40 horas e seguirá a seguinte ementa: Estatística: Observações populacionais e amostrais. Modos de obtenção de dados: primários,  secundários  e  experimentais;  experimentos  controlados  e  não controlados em ciências sociais. A estatística descritiva e a inferencial. Escalas e  representações  gráficas  e  tabulares  vis  a  vis  o  nível  de  mensuração  das variáveis.  Números  Índices.  Medidas  estatísticas  descritivas:  propriedades  e aplicações.  A  hipótese  probabilística  sobre  as  observações  e  suas conseqüências;  cálculos  de  precisão  a  partir  da  amostra. O  problema  da decisão  estatística.  Teoria  da  estimação  pontual  e  por  intervalos:  conceitos; propriedades  dos  estimadores;  métodos  de  geração  de  estimadores.  Os métodos dos mínimos quadrados, dos momentos e da máxima verossimilhança e  suas  propriedades.  Testes

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