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Liberdade total não é a resposta

Com o atual surto de violência, grupos reivindicam o direito legítimo da auto-defesa. Afinal de contas, ninguém deve esperar a ação do Estado para se defender quando sofre um atentado contra sua vida ou dignidade pessoal. Os indivíduos precisam ter a faculdade da auto-defesa, que é legítima e louvável moralmente.  O Estado brasileiro é negligente em relação aos seus cidadãos. Não consegue proteger minimamente aqueles os quais respeitam a constituição. Na prática, o cidadão de bem se vê refém entre uma polícia corrupta e bandidos cada vez mais cruéis e jovens, uma vez que o mundo do crime rapidamente extirpa esses indivíduos ou pela morte ou pela cadeia, sendo a primeira muito mais eficiente do que a segunda. Além da conhecida inépcia dos atores do Estado, e os policiais ali se encontram. Profissionais que arriscam a vida para proteger a vida de desconhecidos, e fazem da sua ética a defesa da lei e da ordem. Contudo, gostaria de desconstruir essa definição. Em nenhum lugar do

Brasil e sua economia em guerra constante

A teoria econômica clássica não admitia a hipótese de inflação com recessão. Ou seja, preços subindo com atividade econômica em queda. Nada mais obvio. Como poderiam os preços subir se a renda está diminuindo. Em um modelo de oferta e demanda, uma das pontas da tesoura é a oferta, a outra é a demanda, se qualquer uma das duas está em queda, assim também será nos preços e nas quantidades negociadas. Contudo, as economias do pós-primeira guerra mundial passaram a conviver com esse fenômeno de estagflação, fenômeno o qual não se coadunava em um cenário internacional baseado no padrão ouro. Aos países da tríplice aliança, perdedores da primeira guerra, foram impostos aos tratado de Versalles (Alemanhã) e tratado de Saint Germain (Império    Austro-Húngaro), o que muitos consideraram a semente principal da 2 Guerra Mundial, uma vez que foram impostas multas e reformas pesadas e humilhantes para os países derrotados e suas economias. A forma pelo qual Alemanha e Áustria encontram de

A SELIC aumento. O que pode acontecer?

A literatura econômica apresenta um ponto pacífico na questão da transmissão dos juros sobre a atividade econômica. Se os juros sobem a atividade econômica cai. Puro e simplesmente. Essa dinâmica se dá porque fica mais caro investir, mesmo com capital próprio, pois aumenta o custo de oportunidade do capital. Sendo assim, investimentos com baixas taxas de retorno ficam menos atrativos, e não são implementados. Além disso, parte do consumo que depende de renda futura, também é contraído. A proporção da contração do consumo intertemporal pode seguir a seguinte relação matemática: Supondo que exista um fluxo de caixa utilizado para compor o valor presente de um determinado consumo, logo se você poupa uma parcela P todo mês, e esta é sua forma de pagar seu financiamento, o valor máximo que você conseguiria financiar a uma taxa de juros "i" qualquer, será: A segunda expressão representa a resposta no consumo, dado uma alteração na taxa de juros. Observa-se, então, que

UNIVERSIDADES PÚBLICAS, o que acontece?

Não há nada mais prazeroso, ao que parece, do que investir dinheiro público no Brasil. Como um passe de mágica, empreendimentos que nunca foram cogitados saem da cartola dos policy makers  de maneira rápida e intempestiva. Quando se trata de algo que é logicamente aceito como investimento público, então, rapidamente esse investimento ocorre. Contudo, os erros cometidos são imperdoáveis. Uma vez que, de um modelo exitoso de desenvolvimento acadêmico, apesar de extremamente elitista, a realidade acadêmica hoje é pobre em comparação com o cenário internacional. Segue abaixo o ranking dos países por artigos publicados, citados, e seu impacto, avaliado pela Times Higher Education . A razão da pouca efetividade dos resultados acadêmicos no Brasil não são de fácil esclarecimento. Contudo, uma parcela significativa dela emerge do modelo educacional e científico aqui perpetuado pelas Universidades Públicas. Tais instituições detém praticamente o monopólio da pesquisa científic

PL 4330 - Terceirização: Uma lei que chega para modificar ou apenas regimentar o que já existe?

Após alguma reflexão, e tendo em mente que nossos representantes na câmara obedecem uma agenda política e não uma técnica, me vejo na posição de tentar fazer uma breve reflexão sobre o assunto. A questão primordial é a da terceirização da atividade fim. Primeiro o que é isso? E como funciona as outras atividades, já passíveis de serem terceirizadas? Um fato estilizado da terceirização nas empresas é que os funcionários ditos terceirizados obedecem um regime de trabalho diferenciado. Ao que parece, trabalham mais, percebem menores salários e menores benefícios do que os funcionários de "casa". Contudo, a PL 4330 visa reduzir essa discrepância, pois em seu texto é contemplada esta questão:  Nas dependências da contratada, esses trabalhadores terão direito a mesma alimentação da contratante, quando oferecida em refeitório; direito de utilizar os serviços de transporte, atendimento médico ou ambulatorial existente, treinamento adequado e acesso às mesmas condições de higien

The level of "fuck you"

A barganha de Nash, ou seja, quando se encontra em uma situação cujo o resultado depende das escolhas de um ou mais indivíduos, e caso essa barganha seja cooperativa, ou seja novamente, as escolhas dos outros participantes dependem, também, da sinalização e do comportamento que um participante manda para os demais. Quando nos vemos nessa situação, que pode se caracterizar por quase todas situações de mercado que nos envolvamos, seja a compra de um pão, seja casamento, seja em uma entrevista de emprego, seja na hora de lidar com o mau comportamento do seu filho, você precisa se colocar em uma posição de FODA-SE. A posição do FODA-SE é simples, se os participantes da barganha de Nash resolverem operar de forma não cooperativa, tentando extrair o máximo de excedente possível na negociação, sem se preocupar com o resultado do jogo para todos os participantes, você, enquanto participante, mesmo se prejudicando, pode, de forma racional, ligar o FODA-SE, e simplesmente desistir da barga

BNDES e o Crowding-out

Quando se tem uma política fiscal expansionista, ou seja, elevação dos gastos públicos e redução dos impostos, existem dois efeitos que ocorrem e que são diametralmente opostos. O primeiro efeito, de ordem direta, é a elevação do produto através dos gastos do governo ou redução dos impostos, esta última política eleva o produto através do consumo das famílias. Contudo, na medida que ocorre o aumento da renda, eleva-se a demanda por moeda, e que para se manter equilibrada, se faz necessário subir os juros. Na medida que os juros se elevam, ocorre uma redução do investimento, que é um dos responsáveis pelo aumento da renda agregada. Essa redução do investimento por causa de uma política fiscal expansionista é chamada de crowding-out. Isso ocorre porque o governo só possui uma forma de se financiar, ou via aumento de impostos ou via endividamento, ambos reduzem o em um segundo momento a demanda agregada. O governo federal cerceado pela LRF necessita respeitar certas condições no

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