Quando se tem uma política fiscal expansionista, ou seja, elevação dos gastos públicos e redução dos impostos, existem dois efeitos que ocorrem e que são diametralmente opostos. O primeiro efeito, de ordem direta, é a elevação do produto através dos gastos do governo ou redução dos impostos, esta última política eleva o produto através do consumo das famílias. Contudo, na medida que ocorre o aumento da renda, eleva-se a demanda por moeda, e que para se manter equilibrada, se faz necessário subir os juros.
Na medida que os juros se elevam, ocorre uma redução do investimento, que é um dos responsáveis pelo aumento da renda agregada. Essa redução do investimento por causa de uma política fiscal expansionista é chamada de crowding-out. Isso ocorre porque o governo só possui uma forma de se financiar, ou via aumento de impostos ou via endividamento, ambos reduzem o em um segundo momento a demanda agregada.
O governo federal cerceado pela LRF necessita respeitar certas condições no que tange os gastos públicos, e seu financiamento. Seguindo uma agenda progressista, no sentido de elevar o tamanho do estado, o atual modelo econômico implementou medidas econômicas exatamente nesse sentido, e com isso, tomou o espaço do investimento privado, fazendo com que grande parte dos investimentos do país dependesse de uma agenda pública, e também, política.
Logo, na medida que o modelo se esgotou tanto economicamente, dado os recordes de déficits fiscais, como também moralmente, dado os escândalos de corrupção que devassam a Petrobrás, e podem desencadear uma limpa nas empresas públicas, a economia brasileira parou. Municípios inteiros, que dependiam dos royalties, investimentos em novas refinarias e mesmo contratação de terceirizados, estão com suas economias arrasadas, a exemplo de Itaboraí e Macaé.
Agora, se pensarmos no papel do BNDES, entendemos que ele se sobrepôs perigosamente ao mercado financeiro como fonte principal de financiamento de novos empreendimentos econômicos. E como, ao que parece, o modus operandis do banco não difere do comprovadamente corrupto implantado na Petrobrás, o país corre um sério risco de se ver bem perto da maior recessão da sua história. Ou os agentes da polícia federal, auditores e promotores, fecham os olhos e apertam o nariz, ou o país corre o risco de parar.
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