O Brasil tem uma cultura altamente liberal para o divertimento. Estrangeiros ficam embasbacados com o que se passa na TV aberta brasileira, que empurra goela a baixo, bundas, peitos, sexo, prostituição, drogas, mortes, crimes e etc, como uma forma de entretenimento. Uma espécie de panis et circenses que surgiu de uma forma liberal, em um mercado competitivo, e o Estado, apenas assistiu esse crescimento, e ainda não se apropriou, como o fez com os jogos de azar.
Contudo, o país vai na contramão internacional no que tange o tratamento das drogas. A descriminalização do uso, foi uma medida importante, mas sem desdobramentos causa ainda mais confusão e ruído em um cenário de guerra perdida contra às drogas. O slogan do TUDO QUE É PROIBIDO É MAIS GOSTOSO, funciona muito bem para os jovens. Logo, proibir só torna a demanda ainda mais inelástica, ou seja, aumenta os lucros dos ofertantes.
Nosso vizinho Uruguai segue uma agenda liberal com relação à maconha, e já passa a colher frutos dessa política. Além do mais, em um âmbito macroeconômico, a economia uruguaia vai muito bem, com uma taxa de crescimento anualizada no último trimestre de 3.3%. Ou seja, estão muito melhor que nós. A economia americana é outra que se recupera bem, e que apresentou uma taxa de crescimento anualizada de 2.4% no último trimestre, e que, além disso, também persegue uma agenda liberal com relação à maconha e sua utilização.
Através do aumento da taxa de intercâmbio dos jovens, o destino mais procurado são os EUA, e com isso, são importados de lá padrões de comportamento e tendências culturais. E é latente a questão do consumo da maconha como algo normal e corriqueiro. No Brasil tal utilização ainda é muito mais reprimida, ou marginalizada.
O país ainda atravessa uma grave crise fiscal, e ainda é bastante reticente sobre mudanças constitucionais que permitam reduzir os custos afundados, ou seja, aqueles que são irrecuperáveis por parte dos investidores, como os custos burocráticos com o pagamento de impostos, custos sobre ações legais, sobre legalizar negócios e etc. No Brasil, se perde muito para se entender o quanto se deve pagar de impostos. É uma verdadeira indústria de custos afundados, que não serve para nada, apenas para atravancar o crescimento.
Logo, poderíamos aproveitar este momento para criar o mercado da cannabis, seja para uso medicinal, seja para uso recreativo, de forma que através dele, fosse possível não só nos alinharmos a uma agenda internacional de tolerância as drogas de menor potencial ofensivo, como já o fazemos com o álcool e o tabaco, como também gerar mais uma importante fonte de renda, e de impostos. Uma vez que essa legalização geraria um novo setor econômico, e que na minha opinião, deveria ser tão bem taxado como o cigarro, por se tratar de um bem de vício, com uma elasticidade preço da demanda bem próxima de zero, e com isso, reduzindo a ineficiência gerada pela taxação. Ou seja, na minha opinião estamos perdendo uma grande chance de fazer uma melhora de Pareto, aonde ninguém perde, e muitos ganham.
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