Segue abaixo a pauta do sindicato dos professores da UFF:
Juntos, trabalhadores de diversas carreiras do funcionalismo público cobram do governo o atendimento da pauta de revindicações, que inclui reajuste linear de 27,3%, política salarial permanente, com correção das distorções e reposição das perdas inflacionárias, data-base em 1º de maio, paridade salarial entre ativos e aposentados. Os servidores também se posicionarão em defesa da saúde e da educação públicas, contra as terceirizações e precarizações dos setores, e ainda contra a retirada de direitos trabalhistas e previdenciários (Medidas Provisórias 664 e 665).
Essa pauta se assemelha em muito a pauta pleiteada em 2012:
Reestruturação da carreira, com a inclusão de 13 níveis de remuneração (atualmente são 17), variação salarial de 5% entre eles e piso de 2.329,35 reais para 20 horas semanais de trabalho.
Ou seja, a nova reivindicação, novamente, tem a ver com a questão salarial dos professores, que por causa da inflação que acomete a gestão econômica desde o final de 2009, derreteu os ganhos salarias pleiteados nos últimos anos.
Contudo, é exatamente esse movimento sindical que apoiou a reeleição do Governo. Fazendo uma campanha ferrenha, e ainda mais, o próprio reitor da UFF assinou o manifesto em apoio a reeleição da Presidente Dilma. Como esperar um movimento contrário ao Governo?
O que houve nesses últimos 4 meses? A culpa é o ajuste fiscal? E sem ele como seria?
O pensamento imediatista das instituições de ensino e dos sindicatos fez com que o planejamento de longo prazo para educação, como investimentos em novos prédios, centros de pesquisa, ampliação das vagas, parcerias internacionais e congressos fosse por terra. Justamente, essas políticas imediatistas, que se fossem direcionadas a um grupo menos letrado, seriam chamadas de medidas populistas, pois visam apenas ludibriar o eleitor.
Pessoalmente sou à favor dos sindicatos. Acredito na sua importante função de representar uma classe e de reduzir as assimetrias na hora da tomada de decisão. Contudo, a politização e a ideologia estão fazendo com que a educação sangre no Brasil. A marcha pelos 10% do PIB promoveu uma verdadeira panaceia educacional, onde agora, não se tem nem 10% e não se tem nem PIB, pois não crescemos no ano passado, mesmo com todos os investimentos descontrolados, e esse ano com certeza, não cresceremos, pois estamos em um fortíssimo ajuste, aonde apenas a sociedade está pagando pelos desmandos da elite política em vigor.
Alunos, professores, pais, funcionários e qualquer um que valorize a educação de qualidade devem lutar por políticas de Estado para educação, e não políticas clientelistas e imediatistas de Governo, visando apenas calar grupos com migalhas em termos de ajustes nos salários, mas nenhuma outra medida que vise ampliar as funções das Universidades que são educação, ensino e pesquisa.
Essa paralisação prometida para a semana que vêm, após um feriado prolongado, vem em um momento inoportuno, pois afeta o semestre, e não leva a nenhuma reflexão sobre a atual situação das Universidades Públicas no país. Apenas remete à imagem dos professores com um pires na mão pedindo mais aumento para um Governo ganancioso e megalomaníaco, que através de ações desmedidas, promoveu um verdadeiro retrocesso político e econômico no país, com desdobramentos éticos e morais.
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