Pular para o conteúdo principal

Carreira Pública

No mesmo barco da PEC 241 que visa colocar racionalidade nos gastos públicos, dado que haverá escassez. Vem a ideia de repensar a atuação do estado e dos seus agentes públicos e seu papel na sociedade. A carreira pública, tão almejada por tantos, ao que parece, atrai indivíduos pelos mais variados motivos, mas em todos, a estabilidade é um dos pontos em comum.

A estabilidade do serviço público é uma das questões mais difíceis de serem debatidas, dado que mesmo quem está fora do serviço público, mas que quer entrar, não gostaria de ter esse "direito" tolhido. Porém o que visa ser esse direito?

A manutenção do seu cargo, depois de passar por um estágio probatório de 24 meses, conforme a lei 8112/91, no qual só perderá seu cargo  "em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa". Em um processo administrativo como podemos definir produtividade, qualidade e competência? São termos de entendimento amplo, mas de difícil interpretação e comprovação, ainda mais quando se refere a um serviço prestado. 

A rigor a qualidade do serviço prestado deve ser avaliada pelo cliente, ou pelo contribuinte, que o recebe. Mas, como coadunar essa realidade, e um cenário burocrático/patrimonialista, no qual, quando muito, o foco é no processo e não no serviço? Como responsabilizar os servidores pela qualidade do seu trabalho? Como inserir um planejamento estratégico que foque na administração por resultados? Sendo que, em grande parte dos órgãos e empresas públicas, os chefes são eleitos pelos seus subordinados, ou indicados por eles, em um processo muito mais político do que técnico?



A literatura sobre capital humano diz que produtividade marginal é igual ao salário e que “o crescimento dos ganhos com a idade está de modo último interpretado no modelo de capital humano como sendo uma consequência do contínuo ganho com atividades de auto-aperfeiçoamento, após a etapa educacional” (Mincer, 1975, p. 81). Mas como pensar essa igualdade em um sistema em que o salário é definido pelo tempo de serviço e não pela produtividade?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co

Porte de Armas: equilíbrio pareto ineficiente

A segunda emenda americana data de 1791, ou seja, final do século 18. Nessa data, as armas existentes não passavam de 1 tiro por vez. A invenção do revolver ocorreu em 1836 por Samuel Colt. Logo, a ideia do uso de armas para proteção e utilização para fins recreativos se deu em um contexto muito diferente do atual, onde armas como metralhadoras automáticas, permitem facilmente mais de 100 disparos com uma única arma sem a necessidade de recarregar. As armas são um importante instrumento de auto-defesa. Principalmente em um contexto no qual a segurança e a vida das pessoas estão à mercê de sociopatas e criminosos. Contudo, as armas que são utilizadas para a defesa à vida, podem ser utilizadas para ceifá-la. Para se ter uma ideia, olhe em baixo o perfil de armamentos que existiam na época da liberação das armas e analise e compare com os padrões de armamentos modernos. As duas imagens mostram um contexto totalmente desconexo um do outro. Enquanto que um indivíduo armado

Marcadores