A pobreza é uma criação do capitalismo. Talvez essa frase seja uma verdade, mas só se pobreza puder ser definida como algo concreto. Obviamente conhecemos o que é e como defini-la. Porém, a pobreza sozinha não consegue ser definida em si. Uma situação de pobreza, ao meu ver, é definida de melhor maneira, como a ausência de riqueza. Logo, o processo de criação da pobreza, passa intrinsecamente pela criação da riqueza. Logo, não se gera mais pobres mas sim, menos ricos.
Quando você é não possui nenhuma capacidade de negociar, através de um sistema de trocas voluntárias, sequer tem o acesso ao dinheiro, ou meios de produção relativamente elaborados (que necessitariam de mais pessoas para serem feitos) você se encontra na posição que nossos ancestrais se encontravam. A sua riqueza era definida apenas pelo que poderiam produzir ou coletar. Por ser uma sociedade tribal extremamente pequena, em comparação aos padrões atuais, se nos olhássemos enquanto espécie no passado, veríamos que eramos extremamente pobres, ou melhor dizendo, hoje estamos extremamente mais ricos do que no passado.
A economia do Robson Crusoé, que dependia apenas de alguns insumos básicos, como trigo, e de algumas provisões de armas, pólvora e ferramentas, já é um pouco mais elaborada, mas mesmo ela, dependia para sobreviver, da própria capacidade produtiva de Crusoé, que deveria garantir o auto-sustento ou morreria. Novamente, assim que ele pode ter contato com seu companheiro Sexta-Feira, pode elevar em muito suas condições de riqueza, pois produziam de maneira dividida, a tal ponto, que puderam resgatar escravos, e prisioneiros de piratas, que garantiram seu retorno à sociedade.
Logo, percebemos que a riqueza é gerada pela nossa capacidade de produção, que aumenta exponencialmente conforme aumentamos os parceiros que podemos comercializar. Impossível é, então, ficarmos em situação pior com o comércio, podemos no máximo regredir à situação pré-comercial, onde possuíamos menos riqueza. Fechar uma economia, então, como forma de proteger mercados e gerar riqueza, vai na contra-mão lógica do raciocínio econômico e da história do progresso humano. Não há como, simplesmente.
A pobreza não é uma criação humana, então. A criação é a riqueza, que faz com que os excluídos seja voluntariamente (poucos) ou compulsoriamente - devido a governos, geralmente ditatoriais, ou populistas - se tornem cada vez menos ricos em comparação aos demais. Uma fórmula para resolver essa questão é entendermos que, se o outro fica mais rico, eu não sou afetado de forma alguma negativamente, a não ser que assumo minha condição humana e natural de um ser que inveja a condição do outro. E seria mais bonito dizer que parte das críticas aos modelos capitalistas é calcada na inveja da riqueza alheia.
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