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Mostrando postagens de outubro, 2015

Como combater a inflação inercial (indexação)

O indexação é uma forma de proteger sua reserva de valor. Um jeito de poder manter constante o rendimento de uma operação. Principalmente quando esta envolve troca de valores futuros, que, por conta da inflação, correm o risco de se deteriorarem rapidamente, conforme os meses e os anos passarem. A compra de bens de consumo duráveis e imóveis envolve, entre outras coisas, acordos de antecipação de receita para o lado do comprador, e postergação para o lado do vendedor. Para se protegerem da desvalorização da moeda (inflação) os agentes do lado da venda necessitam de instrumentos que lhe permitam atualizar o valor monetário dos fluxos de caixa futuros. Com isso a indexação se faz extremamente útil, pois sem ela, ninguém iria querer vender à prestação. Porém, uma compra indexada gera, também, incertezas para o lado do comprador, uma vez que, ele não tem condições de, a priori, conhecer qual será a taxa que irá vigorar para a correção de suas prestações. Gerando com isso um desco

Para acabar com a mamata tem que cortar as tetas

Um bebê só é desmamado quando a teta da sua mãe seca. Não há incentivos para buscar alimentos foram do aconchego materno, e nem alimento mais rico e próprio para o consumo do filhote/bebê. O mesmo raciocínio se aplica ao integrantes/apoiadores do governo quando se trata da gestão das empresas estatais. Buscar fontes de investimento, receitas, lucros, geração de emprego e renda, é muito complicado, em um mundo cada vez mais competitivo. No Brasil essa equação se fecha com o seguinte sofisma: as estatais geram emprego e o capital estrangeiro (custeado à juros astronômicos) alimenta essa gastança. A reportagem de hoje do Valor Econômico, http://www.valor.com.br/empresas/4289690/o-papel-da-petrobras-no-governo-lula, representa como poucas o corte transversal do que é ser membro de uma empresa pública no país tupiniquim. O jogo do toma-lá-dá-cá é realçado à n-ésima potência quando se leem os fatos relatados pela reportagem. Os investimentos promovidos nos anos áureos do governo

Pequenos milagres econômicos: regime de atuação dos professores universitários

Esse texto será o início de uma série intitulada pequenos milagres econômicos. Nela irei abordar questões que de tão simples, poderão ser implementadas de forma rápida. Não melhorarão o mundo de uma hora para outra. Terão um impacto limitado. Serão fáceis de serem implementadas. E por isso, são as mais críveis.  É óbvio que a genialidade de um Plano Real, é somente palpável pelos impactos positivos para todos os agentes. Mas, não quero eu, sozinho inventar coisas mirabolantes e grandiosas. Furto-me a refletir diligentemente em coisas simples, porém, que sei que terão resultados positivos. A primeira questão que gostaria de abordar, é uma que vivo e transpiro há mais ou menos 4 anos, o magistério superior público e a suas regras. Vivenciando iniquidades existentes no trato de várias questões, irei perfilar algumas questões importantes. A primeira delas é a questão da Dedicação Exclusiva, que é alvo de tantas denúncias e reportagens. O tempo todo são pegos no "flagra&q

Por que quando a inflação sobe os juros tem que subir: Descubra

Uma questão que permeia grande parte da análise macroeconômica, principalmente de curto prazo, é quando devemos alterar a taxa de juros base da economia. A tendência é que essa taxa deva ser baixa o suficiente para permitir que os investimentos produtivos ocorram, e alta o suficiente para que não haja um aquecimento da economia a ponto de que gere inflação. O segundo ponto dessa teoria não está tão bem explicado. Ao que parece, haveria uma tendência de que, com juros baixos, a economia começaria a investir muito, e mais, começaria a antecipar muito o consumo futuro, gerando uma pressão de demanda, o que elevaria os preços. O que essa teoria não explica é que, se existe também um aumento no investimento, haverá aumento da oferta futura. E nada garante que, com aumento do investimento de um lado, e aumento do consumo via crédito do outro, essa conta não se anule, e não gere nenhuma pressão inflacionária. Na minha visão, a questão é bastantemente simples. As decisões de invest

Tempos Difíceis: A guerra fria é aqui

A cortina de ferro - expressão cunhada pelo estadista Winston Churchill - para exemplificar o que acontecia com o cenário internacional bipolarizado entre EUA e URSS depois do final da primeira guerra mundial, reapareceu nos tempos atuais no país tupiniquim. Falar em Guerra Fria em um país cujas temperaturas de sua Capital Federativa - Brasília - beira aos 35 graus, e na sua capital cultural - Rio de Janeiro - beira aos 45 graus nos dias de hoje, se faz uma metáfora no mínimo curiosa. Mas nada mais acertado para os tempos atuais do que essa denominação. O debate ideológico da esquerda vs. direita chegou a um patamar insuportável e estúpido. Bastiões da educação e ciência - professores universitários - hoje incitam a violência contra os discordantes do seu pensamento. Nada mais tacanho, covarde, mesquinho e desonesto. Políticos que não seguem nenhuma agenda politicamente racional, e sim, uma agenda racional do verdadeiro salve-se quem puder. Uma sociedade pouco presente na vid

Imóveis, porque os preços subiram e porque agora eles caíram

Em um texto passado expliquei o porquê da queda no preço dos imóveis pela ótica do investimento. Aconteceu que, hoje, o preço do aluguel é mais barato do que os juros pagos com a prestação do imóvel. Logo, se você não tem nem o imóvel e nem o dinheiro para comprar o imóvel. Ou você aluga o primeiro, e chama esse custo de aluguel. Ou aluga o segundo, e chama esse aluguel de juros. Contudo, há de se fazer um exercício mais profícuo para elucidar de forma mais complexa a questão. Supondo, então, um imóvel que renda um aluguel de X reais por mês sob a forma de perpetuidade. Ou seja, o imóvel irá render esse valor para sempre. Irei calcular o valor justo desse imóvel hoje, e avaliarei, via análise de sensibilidade , o que pode acontecer com o valor desse imóvel durante mudanças no regime da taxa de juros.  As contas foram feitas para uma SELIC anualizada em 7.5% que aconteceu no ano de 2012/2013, ano em que os valores dos imóveis explodiram, sem nenhuma explicação aparente (pa

Entrevista de Emprego

Cargo: Gestor Requisitos: Superior Completo, Inglês Fluente, Capacidade de Gerenciar Conflitos. Desejável: MBA em Gestão, Experiência Internacional. - Opâ! Eu quero. Mandando o currículo. Currículo selecionado. Entrevista agendada.  - Bom dia, você se candidatou para a vaga. Poderia nos contar um pouco sua experiência e suas capacidades profissionais? (Bom irei falar exatamente o que eles querem ouvir, afinal de contas, preciso e quero esse emprego. Que mal há em mentir um pouco) ... após meia hora de entrevista. -Bom nossa conversa foi ótima. Agradeço e retomaremos o contato. -Beleza! A vaga é minha. Começo amanhã Período de adaptação ao novo emprego. Após 3 meses tudo dando errado. Ao que parece nenhuma competência foi checada de forma correta pelo contratante. O funcionário não consegue desempenhar o mínimo sequer. Reunião para resolver conflitos. - Há quatro meses na nossa entrevista você contou que tinha todas as capacidades técnicas e profissionais p

Reflexão sobre o dia dos professores

Primeiramente uma piadinha rápida:  - Gato, o que você faz da vida? -Então, eu sou professor. Quer alguma coisa para beber? -Sim. -Já volto. -Ei garçon, me vê duas cervejas. -Voltando ao assunto.....Gata, ei cadê você....Que fdp....(devia ter dito que era jogador de futebol do Madureira). Peter Drucker desenvolveu a teoria neoclássica da administração. Como a denotação da palavra, tal teoria é extramente rica e fornece respostas rápidas para profissionais de várias áreas, inclusive nós, profissionais da economia e acadêmicos. Para Drucker a empresa deveria fornecer ao seu colaborador - se não foi ele quem cunhou o termo colaborador, substituindo o termo empregado, lhe é creditado, duas funções. A primeira, a mais importante delas, é a função social do trabalho. Ou seja, o indivíduo, uma vez ingressando como colaborador de uma empresa, não mais é visto como apenas uma engrenagem, e sim como um ser, que como todos da espécie, possui o desejo e a necessidade de s

Do público ao privado: está tudo errado.

Primeiro ponto. Não há nada de inovador no UBER - do ponto de vista tecnológico. Não se produz mais com os mesmos recursos. Há na verdade uma melhora gerencial. Tal melhora se reflete em um programa que consegue cadastrar motoristas credenciados, o que faz com que pessoas que demandam esse serviço, possam utilizar a lista da empresa para efetuar sua escolha. O UBER enquanto tecnológico não provocou sequer um avanço. Porém, mexeu em uma estrutura de transportes públicos atrasada, e acima de tudo, mafiosa. Tudo que concerne ao transporte público é máfia. Inclusive o próprio órgão fiscalizador dos meios de transportes privados - o Detran. Não há um órgão mais corrupto que este - porém, seria necessário um livro para enumerar os inúmeros casos de corrupção, ingerência e falta de governança do órgão, sem contar em desvio de finalidade. Sempre me perguntei porque os ônibus dos condomínios da Barra da Tijuca e Rio2 são liberados e o transporte de vans e kombis são proibidos. Não c

Venda de plantões e administração pública

Notícias que incomodam por revelar o que todo mundo sabe, demonstra a verdadeira hipocrisia que acontece no Brasil. A mais recente é a revelação - de algo muito antigo, porém facilitado pela tecnologia - que é a venda de plantões médicos. Funciona assim, um médico que precisa faltar ao seu plantão faz uma espécie de sub-contratação de algum outro, para cobri-lo, em eventual necessidade de falta. É obvio que, para o médico que sub-contrata não existe grande vantagem, uma vez que ele abre mão da sua remuneração por um serviço que iria prestar, mas delegou a um terceiro. Contudo, caso este profissional não seja remunerado como acredita que deveria, e mais, como o mercado pagaria, ele simplesmente tem todos os incentivos do mundo para fazê-lo. Na prática, os plantões são trocados por médicos mais experientes e melhores capacitados - geralmente já concursados, ou contratados - por médicos recém formados que precisam de dinheiro, e por isso, correm atrás dos plantões em finais de s

Disciplina e Método, sem eles, o ensino brasileiro além de ser inoperante e improfícuo, continuará formando os bandidos do amanhã

Os menores que cometem crimes hediondos e que são alvos agora da Emenda Constitucional que visa reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos, nasceram entre 1997 e 1999. São fruto, obviamente sem generalizações, de um ensino mais liberal possível. Detém todas as liberdades que uma criança, ou um ser poderia sonhar dentro da escola. A disciplina das crianças não é mais controlada por nenhum regimento ou estatuto. O MEC apenas tece diretivas concernentes aos critérios de aprovação do aluno. Ou seja, basta obter 75% de presença e obter a média final pré-definida pela escola, que o aluno passa. A única figura de autoridade que a criança e adolescente encontra é o professor que, mediante a necessidade de transmitir algum conhecimento, e o aluno, mediante a necessidade de obter a média final, cooperam para que ambos atinjam esse objetivo - em teoria. Na prática, e se o aluno não quiser aprender? O que o professor pode fazer? Nada! Absolutamente nada. E mais, e em relação à indisci

Quando eu disse que a Petrobrás ou privatiza ou irá a bancarrota...seguem os dados

Efetuando-se uma análise sobre os balancetes da empresa, e comparando-se essa análise com as outras empresas do setor, seja no Brasil (muito poucas), seja, por exemplo, no mercado americano -aonde se tem mais competitividade, mais transparência e mais governança, o que se traduz por dados mais críveis. Chegas-e aos seguintes resultados, e no fim da conta, as previsões são alarmantes. Veja comigo: A tabela representa um combinado de retorno, dividendos e dívida sobre o patrimônio líquido, de todas as empresas do setor de petróleo de gás, listadas na bovespa, e também, na bolsa de Nova York. Veja, primeiro, que por retorno, a Petrobrás - descontada da inflação - vigora na posição 74 e 79 (ordinárias e preferenciais respectivamente) se levar em conta o retorno em 12 meses ao se investir no papel da empresa. O total é 92. No mercado brasileiro, a Petrobrás só está na frente da OGX e da Petrorio (seja lá que empresa é essa). As grandes do setor, como a Exxon e Chevron estão l

Reflexão sobre os monopólios e incentivos à avanços tecnológicos. Será que mais governo é solução

Divagando sobre o tema dos monopólios percebemos uma coisa. Geralmente, quando algum setor permite a ocorrência de um monopólio, o Estado estará lá, seja para assumir o setor de forma integral, seja para regulá-lo. A única exceção a essa afirmação, até hoje, é a Microsoft, que monopolizou o sistema operacional de computadores, mas que, de alguma forma manteve-se intacta a intervenção estatal. Suponha que na década de 1980, quando começaram a serem fabricados os primeiros computadores pessoais, um dos setores houvesse se tornado um monopólio estatal. Suponha que esse setor seja o de armazenamento de dados. Quem não acompanhou a evolução do armazenamento de dados, ficará surpreso em saber que os dados já foram armazenados em cartões perfurados, depois em discos de 5,25 polegadas, depois em disquetes de 3,11 polegadas, depois em CD´s, depois em DVDs, e atualmente, são armazenados em nuvens de dados. Na mesma proporção que iam diminuindo de tamanho físico, as unidades armazena

Câmbio desvalorizado é sinônimo de industrialização? Reflexões

O que é essa tese, e quem a defende: Uma tese defendida por notórios acadêmicos, sendo o mais expoente dessa teoria o prof. Besser Perreira, é a de que o câmbio desvalorizado ajuda a industria nacional, correlacionando-se com isso, a valorização cambial ocorrida entre 2002 á 2012 - mesmo com momentos de pressão cambial - com a desindustrialização no período. Além disso, deposita grande parte do sucesso na gestão econômica do primeiro governo Lula (2002-2006) ao patamar de 4 reais por dólar que vigorava no início da sua gestão. Com isso, cria-se um jargão de responsabilidade cambial, argumentando que, sem um cambio desvalorizado, ocorre uma perda de competitividade, e passamos a produzir menos do que consumimos, elevando as importações, promovendo déficit na balança comercial, e, por fim, reduzindo investimentos em um setor tão importante quanto a indústria (importante para quem?). Antítese: Quem discorda dessa posição lembra que, no Brasil, existe o sistema de metas

Preço da Gasolina, Lei do Preço Único e Monopólio Estatal

Os defensores do monopólio estatal alegam, entre outras coisas, que a tecnologia em determinados setores favorece ganhos de escala, o que, per se , promove um processo de monopolização do setor, onde a empresa com maior capacidade produtiva, possui menores custos, e por isso, vai dominando o mercado, até que reste apenas ela. Esses tipos de setores são conhecidos como setores de monopólios naturais. Esse fenômeno está corretíssimo, e existem fotografias de setores hoje, que operam exatamente dessa forma. Um dos exemplos é o setor de geração de energia via hidroelétricas. Não se consegue produzir um único watt sem que antes sejam investidos milhões em recursos, e o sucesso da empreitada só será garantido se se puder cobrar um preço acima do custo marginal - custo de se produzir uma unidade a mais de watt - condição esta que dista do mercado competitivo. Logo, o coro uníssono é de que, dado tais condições, e as permissividades geradas pelo monopólio, como perda de ineficiência,

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