Divagando sobre o tema dos monopólios percebemos uma coisa. Geralmente, quando algum setor permite a ocorrência de um monopólio, o Estado estará lá, seja para assumir o setor de forma integral, seja para regulá-lo. A única exceção a essa afirmação, até hoje, é a Microsoft, que monopolizou o sistema operacional de computadores, mas que, de alguma forma manteve-se intacta a intervenção estatal.
Suponha que na década de 1980, quando começaram a serem fabricados os primeiros computadores pessoais, um dos setores houvesse se tornado um monopólio estatal. Suponha que esse setor seja o de armazenamento de dados. Quem não acompanhou a evolução do armazenamento de dados, ficará surpreso em saber que os dados já foram armazenados em cartões perfurados, depois em discos de 5,25 polegadas, depois em disquetes de 3,11 polegadas, depois em CD´s, depois em DVDs, e atualmente, são armazenados em nuvens de dados.
Na mesma proporção que iam diminuindo de tamanho físico, as unidades armazenadoras iam aumentando seu espaço de armazenamento. A tal ponto que, hoje se encontram pen-drives de mais de 100 gigabites. Hd´s externos de 1 terabyte. Essa quantidade de dados 1 tera ou 2 elavado à 40 bytes de informação, em 1996, só era viável para grandes servidores de dados, que ocupavam prédios inteiros para guardar os dados. Hoje está disponível para qualquer mero mortal que tenha R$150,00 para gastar.
Suponha, no entanto, que o setor de memórias e arquivos de dados de computador fosse um monopólio estatal. Imagine agora uma repartição inteira criada para gerenciar as informações. Outra para fabricar os discos (unidades móveis). Os funcionários no telefone, organizando os pedidos dos dados, e as entregas dos discos. A propaganda anual seria em como o governo conseguiu produzir mais discos a um menor custo - e é claro que seria mentira. Todo um setor seria privilegiado para exigir mais eficiência na fabricação do velho disco 5,25. E, até chegar a fase da nuvem de dados, os dinossauros já voltariam a reinar na terra.
Não adianta. A concorrência é um processo atroz e selvagem. Que não obsta em gerar mal estar, desemprego, volatilidade, riscos para o mercado e falências. Contudo, nenhum outro mecanismo conseguiu elevar o bem estar dos seres humanos. Quem dera houvesse direitos de propriedades bem definidos sobre o meio ambiente, para abrir para a concorrência formas de melhorar os níveis de poluição e o impacto do homem no meio. Mais uma vez, cuidar da ecologia ainda é monopólio estatal.
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