Uma questão que permeia grande parte da análise macroeconômica, principalmente de curto prazo, é quando devemos alterar a taxa de juros base da economia. A tendência é que essa taxa deva ser baixa o suficiente para permitir que os investimentos produtivos ocorram, e alta o suficiente para que não haja um aquecimento da economia a ponto de que gere inflação.
O segundo ponto dessa teoria não está tão bem explicado. Ao que parece, haveria uma tendência de que, com juros baixos, a economia começaria a investir muito, e mais, começaria a antecipar muito o consumo futuro, gerando uma pressão de demanda, o que elevaria os preços. O que essa teoria não explica é que, se existe também um aumento no investimento, haverá aumento da oferta futura. E nada garante que, com aumento do investimento de um lado, e aumento do consumo via crédito do outro, essa conta não se anule, e não gere nenhuma pressão inflacionária.
Na minha visão, a questão é bastantemente simples. As decisões de investimento não são tomadas de acordo com a taxa de juros básica (juros nominais). Elas são tomadas de acordo com a taxa de juros básica real. Os juros reais são aferidos através da seguinte conta:
i:juros nominais
π:inflação
como, (1+r) = (1+i)/(1+π) e, ln(1+r)=ln(1+i) - ln(1+π), e que, para x pequeno, ln(1+x) se aproxima de x. Tem-se que,
r = i - π.
r = i - π.
Portanto, a inflação determina de forma explícita os juros reais. E para manter essa equação balanceada os juros nominais necessitam seguir os movimentos da inflação. Do contrário, todas as decisões de investimento tomadas na economia, a partir do conhecimento sobre (r) juros reais futuro, serão distorcidas pelo componente da inflação.
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