Primeiro ponto. Não há nada de inovador no UBER - do ponto de vista tecnológico. Não se produz mais com os mesmos recursos. Há na verdade uma melhora gerencial. Tal melhora se reflete em um programa que consegue cadastrar motoristas credenciados, o que faz com que pessoas que demandam esse serviço, possam utilizar a lista da empresa para efetuar sua escolha.
O UBER enquanto tecnológico não provocou sequer um avanço. Porém, mexeu em uma estrutura de transportes públicos atrasada, e acima de tudo, mafiosa. Tudo que concerne ao transporte público é máfia. Inclusive o próprio órgão fiscalizador dos meios de transportes privados - o Detran. Não há um órgão mais corrupto que este - porém, seria necessário um livro para enumerar os inúmeros casos de corrupção, ingerência e falta de governança do órgão, sem contar em desvio de finalidade.
Sempre me perguntei porque os ônibus dos condomínios da Barra da Tijuca e Rio2 são liberados e o transporte de vans e kombis são proibidos. Não consigo ver a menor distinção entre ambos. A não ser o tratamento que o poder público, entenda aí, ordenamento jurídico e os entes fiscalizadores, dispensam a ambos.
Fora isso, porque o UBER passou a ser liberado. Mas se eu, José da Silva, utilizar meu fiat uno para cobrar para dar caronas serei não só multado, como meu veículo - que pode estar com todos impostos em dia - será apreendido, me tirando o único meio de sustento (muitas das vezes), e além disso, me deixando uma conta para pagar, se não quiser eu entrar na ilegalidade.
Está tudo errado nesse país. O UBER funciona bem para atender uma classe de indivíduos que já operavam como motoristas particulares, e que, já possuíam carros que condizem com a demanda maior dos seus clientes, que são carros diferenciados e com qualidade superior. Mas se, a discussão é levar outra alternativa para o indivíduo desempregado, no Brasil, que não cruzar os braços e depender do bolsa família. O UBER está longe de cumprir esta finalidade.
Logo, ou se legaliza tudo. Ou, continuamos com o judiciário provocando mais uma desigualdade. E são eles os donos da bandeira da igualdade e fraternidade. Vai entender.
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