Primeiramente uma piadinha rápida:
- Gato, o que você faz da vida?
-Então, eu sou professor. Quer alguma coisa para beber?
-Sim.
-Já volto.
-Ei garçon, me vê duas cervejas.
-Voltando ao assunto.....Gata, ei cadê você....Que fdp....(devia ter dito que era jogador de futebol do Madureira).
Peter Drucker desenvolveu a teoria neoclássica da administração. Como a denotação da palavra, tal teoria é extramente rica e fornece respostas rápidas para profissionais de várias áreas, inclusive nós, profissionais da economia e acadêmicos.
Para Drucker a empresa deveria fornecer ao seu colaborador - se não foi ele quem cunhou o termo colaborador, substituindo o termo empregado, lhe é creditado, duas funções. A primeira, a mais importante delas, é a função social do trabalho. Ou seja, o indivíduo, uma vez ingressando como colaborador de uma empresa, não mais é visto como apenas uma engrenagem, e sim como um ser, que como todos da espécie, possui o desejo e a necessidade de se socializar. Logo, o trabalho não é visto apenas como um local de ganha pão, mas sim, um local de troca de experiências, ideias, motivação, amizades e laços de companheirismo.
A segunda função é o status social. Essa é abordada de forma secundária na teoria do autor, mas de forma alguma deve ser esquecida. Todos nós somos pessoas que exercem inúmeras funções, como por exemplo: filho, pai, marido, amigo, colega, e por fim, e não menos importante, colaborador, entre outras funções. Logo, o trabalho fornecer uma função social garante a saúde e bem estar do trabalhador apenas nas horas de trabalho. Ou seja, se faz importante o trabalho garantir uma proteção, ou uma identificação que lhe permita a socialização com as de mais pessoas fora do trabalho. E para isso, surge o status social. Desde que o mundo é mundo existem profissões que são prestigiadas e garantem aos profissionais a entrada em círculos de amizades saudáveis e profícuos.
Toda essa conversa serviu para mostrar que, no que concerne à profissão de professor, Peter Drucker apontaria diversas falhas. E que, as duas funções principais do trabalho, a saber, função social e status social, não são cumpridas e estão longe de poderem ser efetivas no atual estágio em que vivemos. Os professores além de ganharem mal - enquanto remuneração, percebem que cada vez mais são precarizadas as suas condições de trabalho. Seja porque alunos não respeitam mais a figura do professor, seja porque a própria sociedade desvaloriza esse profissional que é tão essencial para ela.
A escolha profissional enquanto vocação ou aptidão não é uma teoria universalmente aceita. Indivíduos seguem suas profissões por inúmeros motivos, inclusive pela remuneração e a qualidade em termos de ambiente de trabalho que a mesma poderá lhe proporcionar. E, no Brasil, onde um indivíduo apenas com 13 anos de estudo, ou seja, com o segundo grau completo pode ganhar mais no serviço público do que um professor com doutorado na universidade federal. Essa dinâmica aponta exatamente para um grande desincentivo em perseguir a carreira acadêmica.
A sociedade brasileira necessita melhorar o reconhecimento aos professores e profissionais de educação. Porém, acredito que esse reconhecimento só virá na medida que os bons profissionais consigam mostrar a qualidade do seu trabalho, e isso se faz com menos greves e mais produtividade. E caso, nos vejamos encurralados sem opções, abandonar nossas carreiras ainda é uma opção, pois ninguém deve se martirizar sem ser valorizado.
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