Um bebê só é desmamado quando a teta da sua mãe seca. Não há incentivos para buscar alimentos foram do aconchego materno, e nem alimento mais rico e próprio para o consumo do filhote/bebê. O mesmo raciocínio se aplica ao integrantes/apoiadores do governo quando se trata da gestão das empresas estatais. Buscar fontes de investimento, receitas, lucros, geração de emprego e renda, é muito complicado, em um mundo cada vez mais competitivo. No Brasil essa equação se fecha com o seguinte sofisma: as estatais geram emprego e o capital estrangeiro (custeado à juros astronômicos) alimenta essa gastança.
A reportagem de hoje do Valor Econômico, http://www.valor.com.br/empresas/4289690/o-papel-da-petrobras-no-governo-lula, representa como poucas o corte transversal do que é ser membro de uma empresa pública no país tupiniquim. O jogo do toma-lá-dá-cá é realçado à n-ésima potência quando se leem os fatos relatados pela reportagem.
Os investimentos promovidos nos anos áureos do governo do PT, leia-se, pré-sal (doença holandesa), obedeceram, como era de se esperar, a uma agenda antes política do que técnica e econômica. Prevaleceu o interesse de alguns agentes em detrimento dos acionistas. A empresa e seus acionistas, e leia-se aí, inúmeros trabalhadores que seduzidos por lucros elevados compraram com recursos do FGTS ações da estatal, foram aviltados e vilipendiados, nas mãos dos gestores e políticos que comandaram a estatal. E pasmem, a maioria bateu palma, mas agora chora.
Por fim, o recado é simples. Enquanto houver fontes de discricionariedade e enriquecimento ilícito, sinônimo de empresas/bancos públicos, haverá corrupção e tráfico de influência. Se é impossível acabar com as fontes, que pelo menos se pense em minorá-las. Logo, a questão não é se devemos privatizar, mas sim, quando e como, pois caso não o façamos, mais bezerros desmamados sedentos pelo erário público, irão se multiplicar.
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