Estando hermeticamente fechado em uma ideologia o princípio do racionalismo se dissolve. Tudo está certo, desde que seja do meu lado ideológico, aceito e ponto. Refuto o complemento do meu discurso. Sendo assim, se vai fazendo política e discursos como se um jogo de soma zero fosse. Ou ganha-se ou perde-se, nunca posso somar contra um adversário político e é nesse ponto que se cria uma ruptura do sistema político e, mais além, dos princípios da democracia.
A guerra política que foi empreendida pelo PT desde a redemocratização agora o puni. Votaram contra o plano real, o regime de metas de inflação, a lei da responsabilidade fiscal e do fome zero. A despeito disso, empurram goela abaixo do Congresso e da Câmara a pauta do Marco Civil da internet.
Em si, o projeto traz uma série de garantias aos usuários de internet no Brasil, contudo, seu texto precisa de um tempo melhor para apreciação. Ainda não se tem um consenso sobre a redação final. Com isso, mesmo que este seja o melhor no pensamento da base do Governo, não é esse o espírito democrático. Não se pode coagir parlamentares a aprovarem sem nem ao menos uma apreciação correta e bem feita.
Essa postura parece ter muito a ver com o discurso ideológico de defensor das massas do PT. Acontece que a definição de massa é a de um grupo de pessoas que não tem a capacidade de se auto dirigir. E por isso, a presença de um líder se faz mister, mais ainda a de um líder carismático e poderoso. Talvez essa seja a dissidência do PT em relação ao governo da presidente Dilma, o seu perfil. Crítica que nada tem a ver com a qualidade enquanto presidente, mas na qualidade enquanto líder das massas.
É preciso muito cuidado com esse pensamento, que pode tolher a capacidade de pensar fora da caixa, o que é prescindível na política em uma democracia. Além disso, ao que parece, não encontramos alguém que decididamente vise quebrar com essa forma de se fazer política seja pela situação seja pela oposição...
Comentários
Postar um comentário