Ouço muito em conversas a questão do salário médio influenciando decisões para a escolha da carreira.
"Seja isso, ou seja aquilo pois são profissões que estão pagando bem"
Contudo, pouca gente lembra que a média pode não significar necessariamente a realidade do mercado. Veja um exemplo de um jogador de futebol. Ontem o Fluminense perdeu para um time cujo maior salário era de R$ 5000/mês. O salário do Fred pagaria a folha salarial do clube por uns 3 anos inteiros.
Essas disparidades acontecem com maior ou menor intensidade em muitas profissões. A carreira na área gerencial faz com que algumas pessoas se tornem CEO´s de empresas com altos salários e outros fiquem estagnados em cargos de 3º ou 4º escalão, percebendo remuneração bastante aquém em comparação com esse primeiro grupo.
Além disso, a decisão de investir em uma carreira também é influenciada pelo seu custo de oportunidade, que novamente é sempre mensurado pelo rendimento médio. Não se leva em conta o risco de um indivíduo com menos anos de estudo perder o emprego, ou receber esse mesmo salário para sempre.
Talvez, se utilizássemos os critérios de alocação e escolha em investimentos financeiros para investimento em capital humano, poderíamos chegar a decisões mais corretas. Como por exemplo perceber que a medida que aumentamos os anos de estudo, o retorno sobre cada ano tende a diminuir, contudo, o risco de se perder o emprego e a volatilidade do salário percebida também. Como exemplo empírico, pegue todas as pessoas com doutorado, dificilmente alguém que se dedicou a pesquisa e a carreira docente ficará milionária apenas como acadêmico, porém, o salário entre eles não será tão destoante, mesmo entre doutores com as mais diversas especialidades.
Sendo assim, se faz necessário rever esses critérios de decisão apenas pelo salário médio. E, também, endogeneizar no cômputo do custo de oportunidade para investimentos em capital humano, a diminuição do risco salarial ao se aumentar um ano de estudo, e vice versa.
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