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As Perdas são Imperdoáveis

É sabido que o sentimento promovido pela perda de algo genérico, por exemplo X, supera em muito o sentimento gerado pelo ganho desse mesmo X. Logo, existe todo um arcabouço jurídico que protege os indivíduos de enfrentarem este sentimento de forma constante. Um exemplo é a proibição da redução salarial. Ninguém pode ter um salário aumentado em um mês determinado, e após reduzido. Exatamente para evitar este sentimento de perda.

Um governo que se preze, deve zelar pelo bem estar de sua população e jamais fazer qualquer política pública que se pareça com o que é proibido no mercado privado. Ou seja, políticas que promovam um aumento do bem estar, e logo em seguida promover exatamente ao contrário, incutindo perdas na população.

Além de ser algo extremamente maléfico, este sentimento suscita mágoa e descrença. As políticas públicas devem ser pautadas exatamente para evitar este sentimento. Logo, as medidas tomadas durante a campanha de 2014, como represar a subida de preços dos bens administrados, com a finalidade única de controlar inflação, via congelamento de preços, foi exatamente uma política desse tipo. Um verdadeiro cheque sem fundo para a população.

Além dessa medida, outra que foi tomada foi o controle cambial, via operações do Banco Central, que segurou a cotação da moeda até as eleições. Para se ter uma ideia a cotação da moeda antes das eleições era de 2,40 reais para um dólar. Agora estamos em 3,16. Um aumento bastante expressivo. Novamente, outro cheque sem fundo.

Outra medida, também promovida foi a redução da energia elétrica. O que incentivou o consumo de bens duráveis que consomem energia, em virtude da característica dessa redução, anunciada pelo governo como permanente e sustentável. Mais um cheque sem fundos.

A lista pode crescer indefinidamente, afinal fazer promessas em campanha não é algo novo. Contudo, implementar políticas, fazendo com que a sociedade melhore sua situação, e depois retirar dela esse ganho, simplesmente porque a melhoria foi feita com finalidade eleitoreira, e não se sustentava beira a ilegalidade. 

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