A máxima de que a depreciação cambial aumenta a competitividade dos produtos nacionais em relação aos estrangeiros, está correta. Contudo, ela só faz alusão a produtos que são substitutos próximos. Como exemplo: eletrodomésticos de linha branca nacionais vs. importados; carros nacionais (produzidos no Brasil) vs. carros importados; e etc.
Contudo, a maioria dos turistas que fazem a chamada viagem de compras, procura bens cuja produção nacional não apresenta um substituto próximo como os iphones, imacs, roupas de grifes estrangeiras, óculos estrangeiros, sapatos, bolsas, relógios e etc. Produtos estes que cabem na mala, e possuem um alto valor agregado.
A forma utilizada pela precificação de um bem no comércio se dá por uma margem ad valorem, ou seja, adicionam ao preço final, uma porcentagem do valor importado. E como os comerciantes, além disso, precisam pagar impostos também ad valorem, a desvalorização cambial só faz aumentar esta diferença, o que torna ainda mais atrativo o turismo de compras.
O efeito de segunda ordem, nesse sistema, da alta do dólar é que encarece as passagens e as hospedagens dos brasileiros, reduzindo com isso, o poder de compra desses turistas, fazendo com que suas cestas de compras sejam menores devido a restrição orçamentária, que é em reais. Contudo, ainda não está claro se esta equação melhorará ou piorará o saldo negativo de dólares que nossos turistas deixam no resto do mundo, vis à vis, os turistas que visitam o Brasil.
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