Pular para o conteúdo principal

Novo modelo de pedágio: TAGs na Linha Amarela

Quem utiliza a linha amarela para se deslocar talvez compactue comigo. É um sentimento de ser roubado toda vez que você precisa pegar seu carro, passar por menos de 5 km de via-expressa, e ter que pagar um pedágio de 5,90 reais, e após o pedágio enfrentar um engarrafamento, quase sempre insolúvel, até chegar a av. brasil ou até a linha vermelha. No retorno é o mesmo martírio.

Quem trafega na linha amarela antes do pedágio arca com ônus de enfrentar talvez o valor mais caro do mundo por quilômetro percorrido, enquanto quem não necessita atravessar até a freguesia/barra, simplesmente não paga nada pelo trajeto.

É obvio que preferiria que ninguém tivesse que pagar nada mais para utilizar uma via-expressa, dado os valores exorbitantes de IPVA que os cariocas enfrentam. Contudo, sob a égide de um modelo de auto-sustentação, não é justo que os motoristas que não necessitem nunca utilizar a linha amarela, tenham que contribuir para sua manutenção na hora do cômputo do seu imposto sobre veículos automotores.

Logo, também não é justo que só seja obrigatório o pagamento do  pedágio apenas pelo trajeto freguesia-meier. Uma das formas mais inteligentes que conheci de pedágio de vias-expressas é o formato utilizado em Santiago no Chile. Lá, os veículos que utilizam as vias-expressas da cidade são obrigados a terem um dispositivo instalado que junto a câmeras instaladas nas vias, registra o caminho percorrido pelos carros nas vias. Esse sistema se chama TAG: cobrança automatizada de pedágio (na sigla em espanhol

A forma de cobrança se dá por uma fórmula de quilômetro percorrido versus horário. Portanto, veículos que utilizam mais quilômetros na via pagam mais, e, também, aqueles que a utilizam em horários de rush, ou de muita movimentação, como as 10:00 ou 18:00 horas pagam mais caros do que aqueles que utilizam em horários de pouca movimentação como durante o período de 0:00 até as 06:00. 


Esse formato de cobrança torna mais justa a divisão do custo de manutenção da via-expressa, além de reduzir os custos com a cobrança, uma vez que não exige a utilização de funcionários 24 horas, apenas para a cobrança. Fato este que deve reduzir significativamente o custo da administração da via. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a

Como combater a inflação inercial (indexação)

O indexação é uma forma de proteger sua reserva de valor. Um jeito de poder manter constante o rendimento de uma operação. Principalmente quando esta envolve troca de valores futuros, que, por conta da inflação, correm o risco de se deteriorarem rapidamente, conforme os meses e os anos passarem. A compra de bens de consumo duráveis e imóveis envolve, entre outras coisas, acordos de antecipação de receita para o lado do comprador, e postergação para o lado do vendedor. Para se protegerem da desvalorização da moeda (inflação) os agentes do lado da venda necessitam de instrumentos que lhe permitam atualizar o valor monetário dos fluxos de caixa futuros. Com isso a indexação se faz extremamente útil, pois sem ela, ninguém iria querer vender à prestação. Porém, uma compra indexada gera, também, incertezas para o lado do comprador, uma vez que, ele não tem condições de, a priori, conhecer qual será a taxa que irá vigorar para a correção de suas prestações. Gerando com isso um desco

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co

Marcadores