A equipe econômica da presidente Dilma em seus quase 5 anos de mandato repetiu o logo de J.K. com seu famoso " 50 anos em 5". Contudo, para a Dilma e seu pensamento grande, ela conseguiu fazer 100 anos em 5. Conseguiu cometer os erros de 100 anos praticados na economia durante o período republicano.
Irei comentar o primeiro deles, o encilhamento. A inflação não foi uma preocupação durante o período imperial. Para se ter uma ideia, a inflação média anual foi de apenas 1,58% ao ano, de acordo com Almeida (2001). Porém, em sua ideia de industrialização, que nos persegue desde os idos da república velha, Ruy Barbosa e Visconde de Ouro Preto em 1888, resolveram promover mudanças nas leis bancárias, permitindo que os bancos Banco Nacional do Brasil, Banco de São Paulo e Banco do Comércio pudessem na prática efetuar emissão de moeda.
Esses três bancos formavam a base do sistema financeiro brasileiro na época. A ideia era estimular o investimento via expansão do crédito. Algo lhe soa familiar? Uma sigla para você BNDES e um nome Guido Mântega. (Dê uma olhada no salto dos financiamentos aprovados pelo BNDES durante a gestão Mântega na pasta da fazenda).
A conclusão dessa ideia sensacional, de estimular o crédito via atores privados, foi o aumento vertiginoso dos bancos emissores, o que elevou, sem o devido lastro, a base monetária, provocando a desvalorização da moeda, e o Brasil vivenciou o seu primeiro surto inflacionário.
As causas desse surto inflacionário foram: o excesso de expansão monetária, sem regulação, além do que, com a crise internacional promovida pelo não pagamento dos títulos da dívida argentina em 1890, o risco afastou os investidores, que rapidamente resolveram desfazer-se dos papeis lastreados aos Bancos, o que consequentemente reduziu os valores de suas ações e, deu-se então a crise do encilhamento.
Nos dias atuais, a política de investimentos desprendida pelo BNDES, que além de escolher seus preferidos, fragilmente regulada, com volumes extremamente elevados, tornou o Banco de Desenvolvimento a peça fundamental de crédito fácil, barato e discricionário no país. Ou seja, assim como aconteceu no período do encilhamento, a elevação da oferta monetária descontrolada invariavelmente irá provocar inflação, seja no século XIX seja no século XXI.
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