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Mostrando postagens de julho, 2013

Transporte Público: Da van ao avião

Irei comentar algumas reportagens que foram feitas com essa temática sobre transportes. A pesar de não ser um especialista na área, e entender apenas da parte econômica, segue algumas análises, e respostas, para que o leitor reflexivo ajude na interpretação do problema. O ministro da Aviação Civil Moreira Franco em uma reportagem deu a seguinte declaração: "O monopólio é sempre danoso ao cliente"   Para quem entende de economia minimamente, uma declaração como está é preocupante, principalmente, em se tratando de alguém que entende, ou que em tese deveria entender como poucos do setor em questão. Um aeroporto, por definição, é um monopolista natural, ou seja, opera com uma escala tão grande, que não permite que exista concorrentes. A estrutura de um aeroporto é primordialmente pautada em um custo fixo astronômico, e um custo marginal baixíssimo, se olharmos para a ótica de um passageiro. Sendo assim, essa estrutura, por definição é a característica de um monopólio natura

Raízes teimosas

Desde que construiu o homem cordial, Sergio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, já nos anos 30, transformou em palavras claras a realidade e o espírito do homem brasileiro, por que não falar mais claro, do homem público brasileiro, uma vez que o homem cordial, nada tem de cordial, a não ser fazer caridade com o chapéu dos outros. O político brasileiro tem a mania feia de achar que a coisa pública é de sua posse. A político me refiro a qualquer um que faça política, e que mexa com qualquer coisa que seja pública, ou seja, que não é de sua propriedade, mas que momentaneamente, está sob seu domínio, por assim dizer. Roberto DaMatta, ao definir a frase "você sabe com quem está falando", retrata esse fato, triste fato, e, parece que passam-se os anos, e cada vez mais, mais do mesmo se repete, como se fosse um eco, que vai e vem, e teima em se repetir. Pois bem, assustadoramente, mesmo com a inquietação tomando conta das ruas, o Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Ca

Muito assunto e pouco tempo.

Pauta de hoje:  1- se os donos da Telexfree foram presos por um esquema de pirâmide, o que acontecerá com a Previdência Social, que funciona como pirâmide desde que entrou em vigor, em 1923 pelo Decreto n° 4.682?? O INSS, principalmente depois da promulgação da CF 88, funciona da seguinte forma, você recebe não o que você contribuiu, e sim o que os trabalhadores de hoje contribuem. Contudo, um estudo do IPEA, e outros estudos também, apontam para o fim do bônus demográfico, ou seja, a partir de hoje, nunca o número de jovens no Brasil será tão grande, e a tendência para o futuro é que esse percentual diminua. Dessa arte, quando chegar a vez desses jovens, daqui há 45 anos receberem, não haverá como essa estrutura se manter. Veja a definição de pirâmide, e reflita se existe a condição não Ponzi para o INSS brasileiro ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Esquema_Ponzi ) 2- um estudo mostra que nos EUA a maioria das famílias, agora, é de classe A. Olhe o gráfico abaixo: retira

Cepal e o Brasil: uma parceria de longa data

Desde a década de 50 com Raul Prebisch e sua teoria do desenvolvimento periférico, o Brasil adentrou de cabeça no pensamento cepalino, no que tange sua gestão econômica, tendo, em alguns períodos, divergido mais ou menos, porém sempre consultando as cartilhas da Cepal. Desde essa época, a CEPAL vem influenciando a tomada de decisão no Brasil, e com isso, para o bem ou para o mal, influenciando nossa economia. Podemos perceber que, a política dos países da América Latina tem um denominador comum no tempo. Seja nos períodos de ditadura militar, no pós-segunda guerra, como uma resposta do surgimento das ditaduras de esquerda, seja nas políticas mais liberais dos anos 90, e agora, tem-se uma indefinição, pois não pendemos nem para as políticas bolivarianas nem para o liberalismo. Países como o Brasil, que possuem uma grande influencia no bloco, não consegue exercer sua influência e seu papel de líder do bloco. Assistimos calados e apreensivos o surgimento de Chaves, Evos, Kirchne

E a culpada é: A taxa de câmbio!

Recentemente, a pífia sequência de taxas de crescimento da economia brasileira, que após os incríveis 7.5% de 2010, apresentou 2.7%, 0.9% e agora com previsão otimista de 2.5% (para 2011, 2012 e 2013* respectivamente), gerou a necessidade de se eleger um culpado para tal situação. Não pense você cara leitor que o culpado foi a gestão econômica. Nem de longe! Muito menos o baixo grau de abertura econômica brasileira, que regrediu. Também não. Os gastos exagerados, inflação descontrolada, e uma nova necessidade de subida rápida dos juros. Tão pouco! Agora a culpada é a taxa de câmbio. Isso mesmo, estudaram, estudaram e estudaram e perceberam que o câmbio agora está muito apreciado, o que tira a competitividade da nossa indústria, que é (só na cabeça deles) o dínamo da nossa economia, pois somos um país industrializado, e queremos exportar!  Esquecem eles dois fatores, o primeiro, e talvez o principal, é que a taxa de câmbio é flutuante, é regulada através de um mecanismo ba

Alta contraditória do mercado

Teoricamente, o mercado de ações rivaliza com a renda fixa. Essa rivalidade tem a ver com a atratividade dos investidores. Ou seja, quando o mercado de renda fixa está pagando bem, parte do investimento em renda variável, dessarte, migra para a renda fixa. No Brasil, o grande mercado de renda fixa é o CDI e o Tesouro Direto. Todos eles são abalizados, e tem como benchmark a SELIC, que é o Sistema Especial de Liquidação e Custódia, no qual sua taxa remunera os empréstimos interbancários intraday. Quando, em 2008, passou-se a vislumbrar de forma concreta uma trajetória decrescente da taxa de juros, os mercados brasileiros ficaram animados. Todos acharam que haveria um crescimento, e crescimento este duradouro. No entanto, o ânimo dessas pessoas foi arrefecido pela crise das subprimes em 2008. De lá para cá, digamos até janeiro de 2013, a trajetória dos juros foi de baixa, partiu de 12.5 e chegou em 7.25. Contudo, o mercado acompanhou esse ritmo de queda, o que é bastante contradit

Lição do Papa: Religião e Política

Um novo debate toma a cena. O lobby das entidades religiosas quanto ao projeto para vítimas de estupro. Ou seja, querem ir contra ao direito individual de uma vítima de estupro evitar a gravidez com o auxílio do SUS e com toda a assistência devida. Preferem, eles, então, que a vítima recorra à clínicas clandestinas, ou conceba uma criança cujo nascimento se deva a uma das mais nefastas condições que pode abater-se sobre uma mulher, o estupro. (Clique na imagem para ir ao site da deputada Iara Bernardi que tem meu total apoio nessa questão!) Aceito o ponto de vista de quem é contra o aborto. Se você é contra o aborto, ótimo! Não aborte. Mas não me obrigue a ser igual a você. Esse, nem de longe, é um pensamento democrático, é um pensamento absolutista e retrógrado, da ditadura da maioria, ou minoria organizada. O advogado Paulo Fernando Melo, que é vinculado ao movimento Pró-Vida, deu a seguinte declaração: "As consequências chegarão à militância pró-vida causando grande at

O Labirinto de Kubrick e as Histórias da Nasa

Recomendo para quem tem algum interesse em cultura cinematográfica e tem algum tipo de juízo crítico assistir ao filme O Iluminado (1980). Só a interpretação do Jack Nicholson já vale o filme inteiro. A partir desse filme, o diretor Rodney Ascher resolveu criar um documentário açambarcando todas as histórias e teorias de conspiração que foram levantadas ao longo dos anos sobre o filme do cineasta que tinha um QI de 200. clique na imagem para ver o documentário As duas teorias que chamaram minha atenção é de que o filme é uma metáfora sobre o massacre dos índios nos Estados Unidos, aonde o oeste americano foi desbravado e construído com base no sangue, pele, cabelo, unhas e as terras dos povos indígenos. As cenas com o machado aonde Jack persegue sua mulher e seu filho pelo hotel dão um contorno a esta teoria, bem como outras referências. A segunda teoria, essa sim bastante consistente, remete ao fato de que Kubrick pode ter sido o diretor por trás de uma das maiores

Uma boa aula sobre a Inflação brasileira

Tem-se no Brasil uma intensa discussão sobre o tema inflação, e por incrível que pareça, existe seus defensores, apontando que a inflação é algo saudável. Inflação nada mais é do que a perda de valor da moeda, que é convertida para o Banco Central via emissão monetária. Ou seja, ele "rouba" parte do valor da moeda da população e esse fenômeno não é contabilizado. O economista e professor da PUC-rio Gustavo Franco, ex-presidente do BaCen, e uma das cabeças por trás do plano real, escreveu esse material que nos ajuda a refletir sobre a prática do imposto inflacionário, e como o arcabouço jurídico brasileiro foi capaz de instituir esta prática. Segue aqui o trabalho: clique aqui.

Educação e Desigualdade Social

Existe uma penca de argumentos e autores que atestam que o ensino público no Brasil já foi muito melhor do que é hoje. Apesar de muitos argumentos nesse sentido, não se pode inferir sobre a qualidade do ensino brasileiro básico antes dos primeiros dados da Prova Brasil em 2005. Mas se pode aferir algo em termos de avanço na educação, por exemplo, sobre a questão da média de anos de estudo. Tem-se a seguinte configuração educacional entre 1981 e 2007. Gráfico 1: Evolução dos anos de estudo no Brasil Fonte: IPEADATA Infere-se do gráfico 1 que em 1981 o brasileiro médio havia estudado apenas 3,8 anos, o que significa o seguinte: a média da população não tinha concluído sequer o primeiro ciclo do ensino básico (4a série). Já em 2007, ocorreu um aumento de quase 100% na média de anos de estudos, mas, mesmo assim, ainda não chegamos a ter como média um indivíduo que tenha concluído os 9 anos do ensino básico.  Ou seja, a tese de que nossa educação era melhor, não pode ser testad

De Joel para Eike: "u ta de brincation with me cara?!?!" após ler o artigo/desabafo de Eike no jornal O Globo: http://oglobo.globo.com/economia/o-brasil-como-prioridade-ontem-hoje-sempre-9095456

Quem leu hoje o artigo de Eike Batista no jornal O Globo, deve ter tido a mesma reação do Papai Joel, para quem não leu, se quiser se irritar mais um pouquinho antes de sair para o Happy Hour, clique aqui: u ta de brincation with me cara? . Em um discurso funesto e em tom melancólico Eike poem a culpa de seu insucesso em, deixe me pensar, hora em ninguém, é isso mesmo ninguém teve culpa, foi algo que acontece...20 bilhões em sonhos e promessas vencidas evaporaram e ninguém tem culpa. "Talvez tenha confiado demais em pessoas que não mereciam esta confiança", diz Eike, um empreendedor de 57 anos, filho de um ex-diretor da Vale na época do BIG-brother quando o Brasil estava em uma ditadura. 

Ineficiência na Gestão da Educação

Em junho eu publiquei  um artigo que apontava na direção contrária do pedido de 10% do PIB para educação. Primeiro porque uma política pública não pode ser atrelada ao PIB e sim a arrecadação, e segundo, porque o montante dos gastos públicos em educação não está aquém dos países que obtém notas e indicadores educacionais muito superiores aos do Brasil, evidenciando que o problema brasileiro é de gestão, como em quase todas as áreas. Os pesquisadores e funcionários da STN Fabiana Rocha, Janete Duarte, Sérgio Ricardo de Brito Gadelha, Plínio Portela de Oliveira, Luis Felipe Vital Nunes Pereira, corroboraram a minha opinião com o seguinte artigo: É possível atingir as metas para a educação sem aumentar os gastos? Uma análise para os municípios brasileiros.  No qual eles mostram que grande parte dos municípios brasileiros obtém verba suficiente para trazer muito mais qualidade educacional. Utilizando a metodologia de DEA (Data envelopment analysis) que é utilizada de forma bastante pa

Boas ideias, maus negócios....

Na França existe a possibilidade de se comprar um imóvel a partir do seguinte modelo: uma pessoa oferece uma espécie de aluguel a uma segunda pessoa que é a dona do imóvel, quando essa pessoa deixar o imóvel por qualquer motivo, o imóvel passa a ser do ofertante do contrato. Os contratos são mais comummente ofertados para pessoas idosas e que não tem herdeiros. Sendo assim, é uma forma de constituir uma renda extra para o dono do imóvel e de garantir que o Estado não irá ficar com o imóvel após a morte do dono. Contudo, o jornal savannah morning news de 29/12/1995 contou a seguinte história. O sr. Raffray em 1965 ofereceu um contrato a uma mulher de 90 anos de idade cujo nome era Juanne Calment. O contrato oferecia 500 dólares por mês até que ela morresse, a fim de adquirir seu apartamento em Arles, no norte de Marselha, no sul da França (cidade aonde Van Gogh havia morado). O idoso passa a desfrutar, então, de uma renda mensal do comprador que joga com a possibilidade de obter

Desemprego

Para quem quiser saber mais sobre o indicador de desemprego brasileiro, segue um artigo publicado no site IMB sobre esta questão: clique aqui Desemprego ao contrário do que muita gente pensa não implica simplesmente a pessoa que não está empregada. O indicador de desemprego não divide o número de pessoas que está desempregada pelo total da população. Para o computo desse indicador precisam ser levadas em conta questões importantes, como por exemplo se a pessoa é elegível para o mercado de trabalho. A partir daí se forma então um grupo de pessoas chamadas PEA, população economicamente ativa, aonde se extrai desse computo estudantes, crianças e idosos (ou aposentados). Logo, o desemprego é computado em relação à PEA e não ao total da população como um todo. A partir daí a literatura econômica mostra que existe dois tipos de desemprego, um é chamado de desemprego estrutural e o outro de friccional. Existe também um terceiro tipo conhecido como desemprego conjuntural, mas é apena

Financiamento de Campanha Política

Existe um debate sério ocorrendo sobre a questão do financiamento de campanha. Os modelos que estão sendo estudados são: 1- financiamento de campanha via pessoa física, jurídica e com financiamento público (que é o atual) 2- financiamento de campanha via pessoa física, até 700 reais, e com financiamento público 3- financiamento de campanha via pessoa física, até 700 reais. De fato, apesar da seriedade do debate, eu não sei como ainda não é uníssona a aceitação do terceiro modelo de financiamento, uma vez que pessoa física não vota, e caso uma empresa financie uma campanha ela o faz na expectativa de retorno, ou seja, o faz como um investimento e não como uma doação. O financiamento de campanha com dinheiro público é um engodo. O erário público ser utilizado para financiar a profissão de político profissional, e também de ajudar os partidos políticos a se manterem, onde muitos são verdadeiros cabides de empregos, é algo surreal, principalmente em um país aonde mais d

Comentários sobre o câmbio

No dia 25/06/2013 eu publiquei este artigo:  http://pedrocamachosalvador.blogspot.com.br/2013/06/dolar-ira-disparar.html . Mostrando que, dada a inflação brasileira muito acima da americana, a tendência da nossa moeda é se desvalorizar cada vez mais, sobretudo com a subida dos juros nos Estados Unidos, tendência esta cada vez mais latente. Antes eu publiquei, no dia 01/06/2013 este aqui:  http://pedrocamachosalvador.blogspot.com.br/2013/06/os-problemas-da-dolarizacao-argentina.htm l. Relacionando o problema de falta de dólares no mercado paralelo argentino, inclusive no black market, com um aumento da cotação da moeda no Brasil, reforçado ainda mais caso a Presidenta Kirchner empreendesse uma nova dolarização da economia do país. De lá para cá o dólar acumulou uma alta de 7%, mesmo com todas as medidas utilizadas para controlar o câmbio, a saber: 1 - retirada da alíquota de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) (12/06) 2 - o BC fez dois leilões de contratos de swap c

Economia para crianças: Os três porquinhos (continuação...)

Capítulo 2 Após a saída da raposa Meirelinha, a grande porquinha Dilminha elegeu seu irmão, o porquinho Manteiga para dirigir a construção das suas casas. Os porquinhos queriam construir casas boas e fortes para que quando o inverno chegasse, as casas pudessem servir de abrigo, e também protegessem os rechonchudos porquinhos da boca do terrível lobo mal. O lobo mal, o velho Mercadão, era esperto, sabia das fraquezas de todas as casas da vila, e tinha um assopro tão forte que devastava qualquer casa má construída. E Meirelinha, a antiga raposa, sabia das características do Mercadão, e havia avisado aos seus companheiros sobre os perigos de não se esforçarem na construção das casas. Dilminha, agora junto com Manteiga, escolheram mais um porquinho, o preguiçoso Tombini. Tombini era um porquinho tímido e preguiçoso que nunca havia saído da vila. Morava com sua mãe, e agora virara responsável pela segurança das casas. Mas que perigo corriam os moradores da vila! Manteig

Teoria do Crescimento...

Analisando o crescimento econômico por uma perspectiva de sustentabilidade estamos chegando a um empasse. Primeiro, os recursos são, e sempre foram, escassos. Com isso surgiu a definição de Paul Samuelson para a ciência econômica, que agora recai para a ciência do gerenciamento (OR/MS), deixando para a economia a nobre tarefa de explicar as relações de troca entre o homem e o homem, e o homem e o meio. As primeiras relações são caóticas, difíceis de descrever, e mais ainda de se prever. Talvez por isso, a ciência da economia tenha recebido tantas críticas. Contudo, as segundas relações, homem e o meio são relativamente mais fáceis de se descrever e prever. É difícil argumentar o que seria justo e ótimo em uma relação entre dois homens, mas é fácil analisar o que é ótimo na relação entre o homem e o meio, quando o ótimo está restrito na manutenção da perenidade da relação. O homem não quer destruir seu meio nem exauri-lo. Mas o faz, e tem feito durante muito tempo, e o fará ai

R$ 21.717,19 !!!

O título deste artigo é para salientar o total de arrecadação governamental em 2012, por número de famílias no Brasil. Ano passado foram arrecadados R$ 1.048.131.869.042,34, isso mesmo, 1 trilhão 48 bilhões 131 milhões 869 mil 42 reais e 34 centavos. Retirei as vírgulas exatamente para que o leitor perdesse o fôlego. É assim que a nossa economia se sente, sem fôlego. Temos em nosso país 48.262.786 famílias, o que dá um total de  R$ 21.717,19 arrecadados por família ano passado. Na prática, o Governo pesa 21 mil reais para cada família no Brasil. Imaginem se cada uma dessas recebesse 21 mil por mês. Imagine Vislumbre o que sua família faria com essa quantia? Na certa, muito mais do que esse governo inepto e corrupto faz, e irá sonhar fazer em algum dia. Esse é o tamanho da nossa carga, do nosso peso. Arquimedes uma vez disse: "[t]odo corpo mergulhado em um fluido sofre a ação de um empuxo vertical, para cima, igual ao peso do líquido deslocado." Imaginem vocês se

É POUCO....

O título não remete apenas à subida da SELIC em 0.5 pontos percentuais. Isso já era previsto, parece um técnico de futebol que, mesmo com o time jogando de forma pífia, espera o segundo tempo para mexer, e corre o risco de sofrer mais gols ainda. É o que acontece com a economia brasileira, os juros dado nosso rating de risco, e nossa condição macroeconômica, foram, em 2008 no auge da nossa estrutura econômica recente, de 12.5%. Como esperar que agora, com baixo crescimento, inflação subindo (e já estourou o teto da meta) e instabilidade econômica, nossos juros sejam de apenas 8.5%? Primeiro, a atuação dos juros serve para reduzir a liquidez da economia, e frear a onda de consumo via antecipação de fluxos de caixas futuros. Desde financiamento de carro, casa, ao computador e ao celular, tudo é antecipado, aonde o preço pouco importa, olha-se apenas para o tamanho da prestação... E quando o preço não importa, oras, ele sobe. Paralelamente, tem-se uma conjuntura de péssima condução f

Condição de Marshall-Lerner para o Brasil?

 Recebi, recentemente, alguns comentários com relação ao dólar, e sobre a taxa de câmbio, e como isso poderia afetar a economia brasileira, sobretudo a balança comercial. Há uma certa posição sobre essa questão. Em tese, uma depreciação real da moeda de um país melhora suas transações correntes. A condição de Marshall-Lerner afirma que, ceteris paribus, uma depreciação real melhora as transações correntes, dado certas características das elasticidades das exportações e importações ao câmbio. Contudo, a condição para que a melhora ocorra, depende das elasticidades, e, empiricamente, para a maioria dos países, as elasticidades são tão pequenas que a soma é menor do que 1. As estimativas então, sugerem um efeito inicial da Curva J (primeiro pioram e depois melhoram), tendo então, a depreciação cambial um efeito contracionista sobre a produção. Segue, então, o gráfico da cotação do dólar vs. saldo da balança comercial brasileira. Tem-se uma ideia de que, pela condição de Marshall

Tio Patinhas ensinando inflação

Aos meus alunos que não sabem o que é inflação.... cliquem nesse link  http://vimeo.com/64279649 . Há muitos economistas que, erroneamente, interpretam as políticas keynesianas como desenvolvimentistas e, pior, de longo prazo. Nada mais obtuso e inepto. Keynes, desenvolve sua teoria, para provar a não neutralidade da moeda no curto prazo.O Governo não tem o direito de gastar o dinheiro da economia de forma leniente e irresponsável. Zelar pela moeda é zelar pelos mais pobres, pois estes não tem a capacidade de se proteger da inflação. Minha profissão no Brasil não tem saudades da inflação, porém, era uma época áurea para quem trabalhava para o mercado financeiro e bancário, se ganhava dinheiro fácil, e aí está o perigo, no dinheiro fácil, principalmente aquele gastado pelo Estado. Já ouvi algumas heresias do tipo, o Estado salvou a economia americana em 2008, mentira! Salvou parte do sistema financeiro, em detrimento de todo o restantes do setor produtivo americano. O Estado sal

BeNDES ta serto!

Historicamente, o mercado de ações surge para ser o principal financiador das empresas de capital aberto, as famosas S.A.´s. Funciona assim, uma empresa divide seu patrimônio em lotes chamados de ações, e a partir daí leva esses lotes ao mercado, e em um processo de demanda e oferta, a empresa faz a captação de recursos com a venda de suas ações no mercado primário. Essa venda se constitui de duas formas, a empresa leva informações sobre seus projetos e sua saúde financeira, passando confiança ao mercado de que a empresa é sólida e tem uma boa perspectiva de crescimento. E em contrapartida, o mercado compra essas ações de forma a viabilizar os investimentos pretendidos pela empresa. Essa, sem dúvida, é uma das melhores formas de financiar projetos, e uma ótima forma de fazer com que poupadores encontrem empreendedores a fim de que investimentos sejam viabilizados. Contudo, há países cujo mercado de capitais, por ser incipiente, não tem pujança suficiente, então não é capaz de

Resposta ao artigo do valor econômico

Para quem quiser ler primeiro, segue o link do artigo do valor econômico que se intitulou: Gasto Público por aluno é menor no ciclo básico. Ao ler esse título o leitor tem a errônea impressão de que a matéria serviria para indicar que o Brasil deveria investir mais no ensino básico do que no ensino superior. Os repórteres Fabiana e Luciano talvez quisessem induzir o leitor a pensar assim. Contudo, ao ler o artigo inteiro, o leitor irá perceber que a medida que se inserem mais dados e opiniões dos pesquisadores na área, se observa que a conclusão é de que a péssima  qualidade do ensino público no Brasil está ligada há uma questão de gestão e não de nível de gasto público. Os repórteres incluíram o seguinte gráfico na reportagem: A comparação feita entre investimento em proporção do PIB e nível de gastos é falaciosa. Primeiro, escolheram países cujo PIB per capita é maior do que o Brasil, inclusive a Argentina.Os países mais pobres da comparação são Argentina e depois Portu

Sobre o Dólar e as oportunidades da política cambial

Felipe Bezerra perguntou:  Oi Prof. Ouvi hj no FT sobre o dólar e como se desvalorizou em relação a moedas mais fortes, mas manteve o mesmo nivel contra moedas mais fracas. Queria saber se vc pode falar no blog alguma coisa sobre a desvalorização da moeda como forma de fortalecer a economia. O que o Japão esta tentando fazer agora, a Suécia fez na década de 90 e o que os PIGS não podem fazer pq estão amarrados no Euro. Rolaria um post sobre isso? O link pra o podcast: http://podcast.ft.com/rss/57/ Abraço! Resposta: Antes de tudo, Felipe, gostaria de agradecer sua pergunta e lhe convidar a contribuir sempre que quiser. Agora à sua resposta. Estou viajando, por isso estou sem meus livros que são fontes de consulta e que me norteiam sempre nos meus posts, mas tentarei responder o melhor possível. Mesmo sem poder olhar o podcast, pois o link pareceu vir corrompido quando eu tentei abrir, quero dizer que a afirmação de que o dólar se desvalorizou em relação a moedas &q

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