Analisando o crescimento econômico por uma perspectiva de sustentabilidade estamos chegando a um empasse. Primeiro, os recursos são, e sempre foram, escassos. Com isso surgiu a definição de Paul Samuelson para a ciência econômica, que agora recai para a ciência do gerenciamento (OR/MS), deixando para a economia a nobre tarefa de explicar as relações de troca entre o homem e o homem, e o homem e o meio.
As primeiras relações são caóticas, difíceis de descrever, e mais ainda de se prever. Talvez por isso, a ciência da economia tenha recebido tantas críticas. Contudo, as segundas relações, homem e o meio são relativamente mais fáceis de se descrever e prever. É difícil argumentar o que seria justo e ótimo em uma relação entre dois homens, mas é fácil analisar o que é ótimo na relação entre o homem e o meio, quando o ótimo está restrito na manutenção da perenidade da relação.
O homem não quer destruir seu meio nem exauri-lo. Mas o faz, e tem feito durante muito tempo, e o fará ainda por muito tempo. Contudo, chegamos em um momento nevrálgico, já há algum tempo, em que se nada for feito para mudar essa direção, iremos esgotar não só nosso modelo de desenvolvimento, como o próprio planeta.
Estamos em uma fase em que entramos em uma espécie de cheque especial com a natureza. Sabemos que teremos que honrar as dívidas mais os juros exorbitantes das nossas ações. Porém, ainda não temos previsão de quando poderemos parar de nos endividar, e muito menos de quando poderemos passar a honrar o pagamento dos juros.
Uma coisa é certa, se queremos crescer e continuar nos desenvolvendo, a chave está no desenvolvimento tecnológico, que só ocorre através da livre iniciativa. Contudo, não posso mais defender o livre mercado, de forma irrestrita. O nosso meio deve ser a restrição. Não defendo, no entanto, um jogo de cartas marcadas, aonde um ditador benevolente definirá quais são as restrições. Mas acredito que a ciência poderá nos revelar as restrições desse modelo, e todos devem segui-lo, e que vença o melhor.
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