Pular para o conteúdo principal

Cepal e o Brasil: uma parceria de longa data

Desde a década de 50 com Raul Prebisch e sua teoria do desenvolvimento periférico, o Brasil adentrou de cabeça no pensamento cepalino, no que tange sua gestão econômica, tendo, em alguns períodos, divergido mais ou menos, porém sempre consultando as cartilhas da Cepal.

Desde essa época, a CEPAL vem influenciando a tomada de decisão no Brasil, e com isso, para o bem ou para o mal, influenciando nossa economia. Podemos perceber que, a política dos países da América Latina tem um denominador comum no tempo. Seja nos períodos de ditadura militar, no pós-segunda guerra, como uma resposta do surgimento das ditaduras de esquerda, seja nas políticas mais liberais dos anos 90, e agora, tem-se uma indefinição, pois não pendemos nem para as políticas bolivarianas nem para o liberalismo.

Países como o Brasil, que possuem uma grande influencia no bloco, não consegue exercer sua influência e seu papel de líder do bloco. Assistimos calados e apreensivos o surgimento de Chaves, Evos, Kirchners e não temos, ainda, um posicionamento claro sobre esses pensamentos. Talvez porque, internamente, se quer tenhamos uma definição sobre qual a política que o Brasil deseja seguir.

E com isso, assistimos o esmaecimento do Mercosul, o fortalecimento do Pacto Andino, e em termos de acordos internacionais, estamos presos a uma política atrasada de acordos bilaterais, que, entre outras coisas, enfraquecem as políticas de abertura da economia.

O Foro de São Paulo, pouco divulgado, parece que é a forma pela qual os atores políticos brasileiros de esquerda tem defendido suas ideias, porém, como sabem que suas ideias receberiam forte controvérsia, as defendem de forma sorrateira e de baixo dos panos, no bom e velho inbox. Essas ideias defendidas não representam a sociedade brasileira na íntegra, apenas alguns setores.

Dessarte, enquanto não tivermos uma definição clara do futuro do pais, e do modelo de futuro para o Brasil, iremos observar o crescimento das incertezas e surgimento de ideais paralelos que não ajudam em nada o fortalecimento da democracia e do Estado de direito, que seja representativo de fato.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a

Como combater a inflação inercial (indexação)

O indexação é uma forma de proteger sua reserva de valor. Um jeito de poder manter constante o rendimento de uma operação. Principalmente quando esta envolve troca de valores futuros, que, por conta da inflação, correm o risco de se deteriorarem rapidamente, conforme os meses e os anos passarem. A compra de bens de consumo duráveis e imóveis envolve, entre outras coisas, acordos de antecipação de receita para o lado do comprador, e postergação para o lado do vendedor. Para se protegerem da desvalorização da moeda (inflação) os agentes do lado da venda necessitam de instrumentos que lhe permitam atualizar o valor monetário dos fluxos de caixa futuros. Com isso a indexação se faz extremamente útil, pois sem ela, ninguém iria querer vender à prestação. Porém, uma compra indexada gera, também, incertezas para o lado do comprador, uma vez que, ele não tem condições de, a priori, conhecer qual será a taxa que irá vigorar para a correção de suas prestações. Gerando com isso um desco

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co

Marcadores