Pular para o conteúdo principal

Raízes teimosas

Desde que construiu o homem cordial, Sergio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, já nos anos 30, transformou em palavras claras a realidade e o espírito do homem brasileiro, por que não falar mais claro, do homem público brasileiro, uma vez que o homem cordial, nada tem de cordial, a não ser fazer caridade com o chapéu dos outros. O político brasileiro tem a mania feia de achar que a coisa pública é de sua posse. A político me refiro a qualquer um que faça política, e que mexa com qualquer coisa que seja pública, ou seja, que não é de sua propriedade, mas que momentaneamente, está sob seu domínio, por assim dizer.

Roberto DaMatta, ao definir a frase "você sabe com quem está falando", retrata esse fato, triste fato, e, parece que passam-se os anos, e cada vez mais, mais do mesmo se repete, como se fosse um eco, que vai e vem, e teima em se repetir.

Pois bem, assustadoramente, mesmo com a inquietação tomando conta das ruas, o Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral fez uso da coisa pública como se fosse privada (em ambos os sentidos). Literalmente, cagou e andou para a opinião pública e continuou com seus despautérios. Em um Estado aonde nenhum hospital público funciona direito, escolas com falta de verba, roendo as unhas para saber como se pagará a previdência dos servidores aposentados quando se por fim aos royalties do petróleo, ele continua viajando de helicóptero, colocando à sua disposição duas aeronaves,e usando helicópteros oficiais para viajar com a família para sua casa em Mangaratiba nos fins de semana e para ir trabalhar diariamente, no trajeto entre Lagoa e Laranjeiras. Cabral afirmou que não faz qualquer “estripulia” ou “novidade” ao usar o helicóptero do governo. Ele disse, ainda, que não criou a frota de helicópteros do governo e que todos os governadores do país têm o veículo “à disposição”.

Isso aí, não é cordial esse Governador?!(Principalmente com sua família e amigos).Mais ainda, recentemente sua mulher, a advogada Adriana Ancelmo Cabral, representou o apresentador Luciano Huck que era alvo de ação civil pública movida pelo município de Angra dos Reis em outubro de 2007 por supostos danos ambientais e construções irregulares em sua casa de veraneio. Seu marido, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), editou, em junho do ano passado, o Decreto 41.921, que alterava a legislação da Área de Proteção Ambiental (APA) de Tamoios, na Baía de Ilha Grande. A medida, cuja constitucionalidade é questionada no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da República, beneficiaria proprietários de residências consideradas irregulares na região ? caso de Huck e sua casa na Ilha das Palmeiras.

Ou seja, você sabe com quem está falando? Sei sim, com a mulher do Governador.... Realmente, só faltam cuspir na cara da população.... casos como esses, muitos irão dizer, existem desde a época de Cabral....Pois, eu respondo, que se ponha fim a essa época... 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co

Porte de Armas: equilíbrio pareto ineficiente

A segunda emenda americana data de 1791, ou seja, final do século 18. Nessa data, as armas existentes não passavam de 1 tiro por vez. A invenção do revolver ocorreu em 1836 por Samuel Colt. Logo, a ideia do uso de armas para proteção e utilização para fins recreativos se deu em um contexto muito diferente do atual, onde armas como metralhadoras automáticas, permitem facilmente mais de 100 disparos com uma única arma sem a necessidade de recarregar. As armas são um importante instrumento de auto-defesa. Principalmente em um contexto no qual a segurança e a vida das pessoas estão à mercê de sociopatas e criminosos. Contudo, as armas que são utilizadas para a defesa à vida, podem ser utilizadas para ceifá-la. Para se ter uma ideia, olhe em baixo o perfil de armamentos que existiam na época da liberação das armas e analise e compare com os padrões de armamentos modernos. As duas imagens mostram um contexto totalmente desconexo um do outro. Enquanto que um indivíduo armado

Marcadores