Recebi, recentemente, alguns comentários com relação ao dólar, e sobre a taxa de câmbio, e como isso poderia afetar a economia brasileira, sobretudo a balança comercial. Há uma certa posição sobre essa questão. Em tese, uma depreciação real da moeda de um país melhora suas transações correntes. A condição de Marshall-Lerner afirma que, ceteris paribus, uma depreciação real melhora as transações correntes, dado certas características das elasticidades das exportações e importações ao câmbio.
Contudo, a condição para que a melhora ocorra, depende das elasticidades, e, empiricamente, para a maioria dos países, as elasticidades são tão pequenas que a soma é menor do que 1. As estimativas então, sugerem um efeito inicial da Curva J (primeiro pioram e depois melhoram), tendo então, a depreciação cambial um efeito contracionista sobre a produção.
Segue, então, o gráfico da cotação do dólar vs. saldo da balança comercial brasileira. Tem-se uma ideia de que, pela condição de Marshall-Lerner, poderia haver um descompasso ainda maior da balança comercial brasileira, no futuro, com o aumento do dólar nesse período recente.
Contudo, parece haver uma relação positiva entre câmbio e balança comercial. A correlação foi de 0,456574 entre 1994 e 2013, indicando que a demanda por importações brasileiras é elástica, e existe bens substitutos produzidos nacionalmente, e além disso, nossas importações, parecem crescer com o aumento do dólar. Para afirmar isto iremos analisar outro gráfico.
As correlações entre dólar e importações, exportações e saldo foram -0,04754; 0,089404; 0,458126 respectivamente. Portanto, em termos de política cambial, não haverá uma piora do balanço de pagamentos, pelo menos com esse cenário, com a apreciação do dólar. A tendência é que haja sim uma melhora na balança comercial, e uma expectativa de queda do dólar futuramente.
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