Pular para o conteúdo principal

A - eterna - indústria nascente brasileira

Há mais ou menos 70 anos o Brasil fazia uma aposta, com Getúlio Vargas, que a indústria brasileira iria alavancar o desenvolvimento econômico do país, fomos deixando de ser um país agrário para em 60 já termos mais da metade da população vivendo nas cidades. A pergunta...por quê?

As viúvas da CEPAL, tendo como seu maior expoente teórico Raul Prebisch, enfatizavam que havia uma deteriora nos termos de troca entre os países periféricos e os países do centro, pois produtos industrializados se valorizariam com o tempo.

Essa falácia, pois hoje em dia o maior componente da inflação se deve as commodities agrícolas, fez com que Governos e população abraçassem a causa de industrialização a qualquer custo, qualquer preço, e sobre tudo, a qualquer indústria.

Não deixamos o mercado decidir qual era a mais eficiente indústria no Brasil, simplesmente elegemos vencedores, como a automobilística e esperamos sentados que o Brasil se desenvolvesse a partir daí. E se não tínhamos pesquisa, agora temos, via universidades públicas, que nos colocariam no patamar de detentores do conhecimento.

Ou seja, fizemos tudo de traz para frente, escolhemos nossa indústria independentemente da eficiência, se faltava pesquisa e desenvolvimento, não investimos em educação de base para formar cidadão, e sim em Universidades para formar pesquisadores, mas pesquisa de quê mesmo??

Esses ideias, agora, foram elevados novamente e observamos desde 2006 o ressurgimento do industrialismo, mas que agora, depois de 70 anos ocupa apenas 20% do PIB, e com toda sua proteção, aos 70 anos, a indústria brasileira, ainda se sente um adolescente, precisando de proteção do Big Father, o Estado.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co

Porte de Armas: equilíbrio pareto ineficiente

A segunda emenda americana data de 1791, ou seja, final do século 18. Nessa data, as armas existentes não passavam de 1 tiro por vez. A invenção do revolver ocorreu em 1836 por Samuel Colt. Logo, a ideia do uso de armas para proteção e utilização para fins recreativos se deu em um contexto muito diferente do atual, onde armas como metralhadoras automáticas, permitem facilmente mais de 100 disparos com uma única arma sem a necessidade de recarregar. As armas são um importante instrumento de auto-defesa. Principalmente em um contexto no qual a segurança e a vida das pessoas estão à mercê de sociopatas e criminosos. Contudo, as armas que são utilizadas para a defesa à vida, podem ser utilizadas para ceifá-la. Para se ter uma ideia, olhe em baixo o perfil de armamentos que existiam na época da liberação das armas e analise e compare com os padrões de armamentos modernos. As duas imagens mostram um contexto totalmente desconexo um do outro. Enquanto que um indivíduo armado

Marcadores