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On the waterfront...

O filme que rendeu o Óscar para Marlon Brando teve seu título traduzido pelo produtor que trouxe ao Brasil para Sindicato dos Ladrões. Para quem não viu, recomendo. A história do filme é de um rapaz de 30 anos que trabalha no porto, mas tem seu irmão muito próximo, coadunando com o sindicato que regula a contratação de m-d-o nos portos, se configurando em uma verdadeira máfia.

Bom, ontem finalmente saiu do Congresso a aprovação da MP dos portos, mas não saiu de forma indolor...longe disso...muitas emendas foram feitas, e o pior, as alterações no texto, dada toda a obscuridade do processo (que envolveu concessões por parte do governo à sua base aliada) que não se pode mensurar em termos de ganhos e perdas no curto prazo. E ainda resta a apreciação e aprovação do Senado.

Os portos brasileiros são de vital importância dado a pauta de exportação brasileira, que é baseada na agroindústria, mineração e produtos químicos e petrolíferos de base (ou seja, sem beneficiamento industrial). Além disso, o Brasil tem hoje um gargalo enorme na escoação de produção, que demanda uma verdadeira revolução dos sistema administrativo portuário, mas a contratação de mão de obra, parece que só foi flexibilizada para os portos particulares. 

Fato este que foi enxergada como uma verdadeira sentença de morte para os portos públicos, pois, segundo um deputado, como iremos competir com os portos particulares que podem contratar quem quiser. O pior foi, não se pensou em flexibilizar a contratação nos portos públicos, e sim em dar o mesmo tratamento -ineficiente-  para os portos privados.

A flexibilização do setor portuário é peça chave para o aumento da produtividade. Além disso, como já citei anteriormente, nada adianta modernizar os portos, se continuarmos escoar a produção através de caminhões, que talvez representem o maior lobby escondido da história, pois desde que o Brasil passou a oferecer vantagens para a indústria automobilística, a malha ferroviária brasileira só diminuiu (desde a déc. de 60). Iremos continuar ineficientes, e pressionando nossos setores exportadores que são extremamente competitivos.

Nota: Segundo o Ipeadata no Brasil em 1920 havia 2986 estações ferroviárias, em 1995 esse número caiu para 1766, uma queda de 40,5%.

1920 1995
2,986 1,776

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