Pular para o conteúdo principal

Os Mistérios da Bovespa ou seria do PIB brasileiro?

O índice Ibovespa representa uma média ponderada das ações mais negociadas na bolsa brasileira. Pois bem, você sabia que desde 2007 esse índice oscila, porém nunca mais retomou ao seu patamar recorde de 73.516 em maio de 2008. Bom de lá para cá foi uma verdadeira montanha russa, onde a subida vertiginosa durou até 2007/2008, e só vem caindo, hoje registrada em 55 mil pontos.


Pois bem, qualquer modelo econométrico que vise estimar o preço de uma ação (modelo de fatores) irá incluir uma estimativa da PIB como fonte explicativa para o modelo. E em toda a história, o PIB é correlacionado positivamente com a cotação das ações. Acontece, que desde 2008 nossa bolsa de valores perdeu essa relação, ou seja, o PIB cresce e a bolsa diminui?! Como explicar?

Eu gosto de chamar a cotação do Ibovespa como o PIB monitorado, pois, é só ali que temos "transparência" sobre a economia real. Por lei, podemos ler o balancete e saber a situação financeira de qualquer empresa de capital aberto, o que reduz o grau de assimetria informacional. E se o nosso "PIB monitorado" anda mal, como o outro setor pode apresentar crescimento (nem tanto), e baixo nível de desemprego.

Complexa a resposta. Diria que o Brasil vem sofrendo de perda de competitividade desde a segunda gestão do Governo Lula, que se consolidou com a saída de nomes importantes como a nossa principal perda, a saída de Henrique Meirelles, para a entrada de Tombine na presidência do BACEN. Uma clara demonstração de perda de autonomia da instituição monetária. E o mercado além de pressentir, precifica essas mudanças. Soma-se também uma retração do volume de capital mundial, principalmente com a crise, muito dos montantes voltaram para seus países de origem, agora em crise.

Contudo, esse paradoxo no mercado brasileiro, coloca muita pulga nas orelhas dos investidores... e não se tem uma perspectiva de melhora, pelo menos no curto e médio prazo no mercado acionário.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a

Como combater a inflação inercial (indexação)

O indexação é uma forma de proteger sua reserva de valor. Um jeito de poder manter constante o rendimento de uma operação. Principalmente quando esta envolve troca de valores futuros, que, por conta da inflação, correm o risco de se deteriorarem rapidamente, conforme os meses e os anos passarem. A compra de bens de consumo duráveis e imóveis envolve, entre outras coisas, acordos de antecipação de receita para o lado do comprador, e postergação para o lado do vendedor. Para se protegerem da desvalorização da moeda (inflação) os agentes do lado da venda necessitam de instrumentos que lhe permitam atualizar o valor monetário dos fluxos de caixa futuros. Com isso a indexação se faz extremamente útil, pois sem ela, ninguém iria querer vender à prestação. Porém, uma compra indexada gera, também, incertezas para o lado do comprador, uma vez que, ele não tem condições de, a priori, conhecer qual será a taxa que irá vigorar para a correção de suas prestações. Gerando com isso um desco

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co

Marcadores