Existe um
grande debate sobre o papel do Estado e sobre o seu modus operandi, onde
praticamente cada um tem uma opinião diferente. A partir daí podemos retirar uma conclusão
importantíssima. Se cada um possui uma opinião diferente, como pensar em um
único modelo ideal para Estado e sociedade?
A democracia, ou
seja, uma sociedade aonde o debate promove as decisões, e todos possuem o mesmo
poder de voto, ainda é a melhor solução, e já se fazem mais de 2500 anos de sua
criação, ou dos seus primeiros registros escritos na Grécia antiga.
Porém, como afugentar
o coro do perdedor em um processo democrático? Vemos isso muito bem ao se
comparar a postura no processo eleitoral americano, apenas um exemplo, contra um processo eleitoral
em um país com uma democracia ameaçada. Uma derrota democrática implica que se
fez justiça, e nos EUA o candidato derrotado, é o primeiro a declarar apoio a
nova gestão eleita democraticamente, e não se discute sobre mérito eleitoral.
Já em outros países, após a eleição, a derrota imposta na urna é alvo de sérias
contestações que põem em cheque o modelo democrático.
A grande pergunta é: como agradar a todos em um sistema democrático? Sempre haverá vencedores e
perdedores... será?! Será que se pode chamar de perdedor alguém que por sua
opinião ter divergido da maioria, não teve seu pleito aceito na urna. Acredito
que a reposta seja não. A democracia representa o povo, e todos fazemos parte
dele, portanto, se quem vence é o povo, todos são vencedores, o que não quer
dizer que todos devamos pensar igualmente. Aliás, a igualdade de voto e de
deveres e direitos é premissa democrática, o que está longe de implicar em
igualdade plena, que seria antidemocrática, pois aglutinaria a pluralidade de
um povo, em apenas uma opinião, perdendo a grande riqueza da democracia, o
direito de pensar e divergir do senso comum, e sendo assim, abrindo portas para
uma eterna busca por um modelo menos errado.
Apesar da idade, a
democracia com todos os seus defeitos sobrevive até hoje por ser ainda a nossa
segunda melhor opção (second best) e ela é o único modelo que nos permite
melhorar, ou seja, assume a premissa de que qualquer construção humana é
imperfeita, dado a imperfeição do homem.
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