Existe um movimento na internet sobre a questão do Lucro Brasil que passou a questionar a diferença da ordem de 60% no mínimo entre os carros negociados dentro do Brasil e fora. A grande parte dos argumentos vai ao encontro da linha em quem o empresariado brasileiro seria ganancioso de mais para abaixar os preços e por isso eles teriam dado as mão e falado, não vamos reduzir nossos lucros, somo um cartel com produtos diferenciados, competimos ferozmente via propaganda, gastamos com promoções, feirões, pedimos ao governos redução do IPI mas nosso lucro e nossa margem (Lucro=Q(Preço-CustoMéd.) não reduzimos.
Ora, nada poderia ser mais infantil e menos aprofundado. Os lucros das empresas são compatíveis com os incentivos que o governo brasileiro dá, que desde 50 exerce uma forte proteção ao setor automobilístico que foi reduzida apenas no Governo Collor, aonde se deu conta do nível do absurdo que é essa política. Além disso, o governo voltou com força total após as medidas compensatórias para cada setor, aonde houve redução do IPI apenas para os carros produzidos nacionalmente, o que gerou um desconforto internacional na OMC, pois na prática é como se o Brasil criasse uma segunda barreira tarifária, via renúncia fiscal.
Não devemos reclamar do empresariado, pois eles visam lucro, e com certeza, não são tão amistosos assim, e qualquer cartel, com um número de participantes elevados e bens diferenciados tende a deixar de existir, quem não acredita passe a estudar Teoria dos Jogos e avalie a sustentação de um cartel em um equilíbrio duopolista de Cournot. A grande culpa são os nossos representantes, sob a pena de ajudar a indústria nacional, que de nacional não tem nada. Qual é a marca brasileira de carros mesmo?
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