Pular para o conteúdo principal

Às viúvas da crise mundial: Lá vem o Brasil, descendo a ladeira

A "nova" desculpa para o fraco rendimento do PIB brasileiro são os reflexos da crise mundial. O governo insiste em afirmar que a culpa do fraco crescimento brasileiro é do cenário internacional, justamente ele, que em 2008 foi capaz de alavancar o Brasil no posto de grande player do mundo, sobretudo, no área de commodities agrícolas e minerais.

"Parece que ele vive em um mundo sem crise" respondeu nosso Ilmo. Ministro da Fazenda, em sua réplica quando questionado por sua inépcia em gerenciar a economia do país. Ou seja, toda a ineficiência de políticas, mais do que ultrapassadas, que foram utilizadas sem sucesso na década de 70, agora é creditada pela crise internacional, que já passou.

O desemprego na Europa vem diminuindo, bem como nos EUA, o momento de estímulos a economia já passou. Agora as economias internacionais dão claros sinais que irão apertar sua política monetária. Porém, o Brasil em 2008, seguiu na onda das economias em crise, e repetiu o velho "mais do mesmo", achando que o remédio para a crise, sem ter crise, se quando o país está em crise, ajuda-o a sair, sem crise então, irá turbinar sua economia.

Ou seja, na prática, o Brasil adotou políticas keynesianas (do pior tipo), mesmo sem estar em crise, o que é um claro sinal de esquizofrenia dos tomadores de decisão. Medidas como estimulo a setores pontuais, desoneração fiscal vertical, e sobretudo, imprimir dinheiro a rodo, como se o problema fosse falta de liquidez. E a grande surpresa é que essas medidas não só não aumentaram o PIB, como fizeram-no parar de crescer e aceleraram, em muito, a pressão inflacionária.

Segue então os dados internacionais para que o Mantega não possa mais colocar a conta no cenário internacional:

Analisando o período atual, de 2010 e 2011, observa-se que o Brasil simplesmente, após 2010, declinou sua economia. Perdemos, em termos de crescimento, para a média internacional, para os países do BRIC´s e também, surpreendentemente, para a média da América Latina. Em 2012, o crescimento do PIB foi de 0.9%, e a previsão para 2013 é de 2.4% (sendo otimista). E aí? Parece que o velho Moraes Moreira, está muito atual...Deixo vocês com a música tema do artigo.


Abc

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co

Porte de Armas: equilíbrio pareto ineficiente

A segunda emenda americana data de 1791, ou seja, final do século 18. Nessa data, as armas existentes não passavam de 1 tiro por vez. A invenção do revolver ocorreu em 1836 por Samuel Colt. Logo, a ideia do uso de armas para proteção e utilização para fins recreativos se deu em um contexto muito diferente do atual, onde armas como metralhadoras automáticas, permitem facilmente mais de 100 disparos com uma única arma sem a necessidade de recarregar. As armas são um importante instrumento de auto-defesa. Principalmente em um contexto no qual a segurança e a vida das pessoas estão à mercê de sociopatas e criminosos. Contudo, as armas que são utilizadas para a defesa à vida, podem ser utilizadas para ceifá-la. Para se ter uma ideia, olhe em baixo o perfil de armamentos que existiam na época da liberação das armas e analise e compare com os padrões de armamentos modernos. As duas imagens mostram um contexto totalmente desconexo um do outro. Enquanto que um indivíduo armado

Marcadores