Pular para o conteúdo principal

E o Dólar dispara....

Os péssimos gestores da economia brasileira não leram a parte do êxodo da Bíblia. Por mais antiga que seja, seus ensinamentos são atemporais. José ao interpretar o sonho do Faraó deixou bem claro que haveria dois momentos claros, em um primeiro momento, as vacas gordas: "E eis que vêm sete anos, e haverá grande fartura em toda a terra do Egito". Em um segundo momento, as vacas magras: "E depois deles levantar-se-ão sete anos de fome, e toda aquela fartura será esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a terra: e não será conhecida a abundância na terra, por causa daquela fome que seguirá; porquanto será gravíssima."


A mensagem é clara, períodos de abundância devem ser geridos com a máxima austeridade possível. Deve-se incentivar a poupança, investir em longo prazo, fechar as torneiras do desperdício e da ineficiência. O Brasil teve seu momento! De 1995 até 2008, o Brasil seguiu uma trajetória de elevação da austeridade, prevaleceu ante as intempéries do mercado. A taxa de crescimento médio do PIB foi de 3,5%, isso com todas as crises de 1997, 1999, 2002.


Agora, como aconteceu ao Egito, acontece o Brasil. A abundância de liquidez, desencadeada pela crise americana acabou. É momento de apertar os cintos, tomar conta das provisões feitas, e estudar o ambiente, e acertar o rumo. Mas pera aí! Como apertar cintos em um momento de grave crise fiscal. 2012 atingimos o pior nível do superávit fiscal e esse ano promete ser, pelo menos, 100% menor. Que provisões?! Nossa economia não aumentou seu poder de produzir. Nosso saldo na balança comercial nunca foi tão ruim. Ou seja, estamos mais dependentes do mercado externo, e menos competitivos. Acertar o rumo?! Como acertar o rumo em uma economia com estagflação!? Inflação longe do centro da meta, e crescimento médio de 1,3% (pasmem!) entre 2012 e 2013.

O Brasil e a sua sociedade fizeram uma aposta errada! O mercado já antevia isso, basta dizer que o IBOVESPA perdeu quase 50% desde 2008. É hora de trocarmos de faraó! Esse, não deu ouvidos a velha história de José e Manassés. O dólar se encontra em uma trajetória de alta e com a recuperação da economia americana, chegará facilmente a R$ 3, ceteris paribus. Acreditam que o Brasil é uma terra abençoada, aonde "se plantando tudo dá". Mas, ao se plantar ineficiência, colhe-se....

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A regra do 69

Uma pergunta simples ronda os mais curiosos sobre investimentos: quanto tempo demorará para que eu dobre meu capital investido. Ou seja, se eu coloco 100 reais hoje, ou um múltiplo, quanto tempo terei que esperar para meu capital dobrar? Alguns textos mostram de forma rápida a chamada regra do 72, que significa simplesmente que o tempo será T=72/taxa, ou seja, suponha que a sua taxa de juros real hoje seja de 14.15% ao ano (selic), por essa regra, o tempo que você irá demorar para dobrar seu capital é de 72/14.15, que é igual a 4,96 anos. Mas como chega-se a esse resultado? A conta é simples, e está indicada abaixo. Porém a regra não é do 72, é do 69... Portanto, tem-se uma regra bastante prática para calcular um valor bastante intuitivo. O quanto eu preciso esperar para que meu capital dobre, a uma dada taxa de juros. Felizmente, no Brasil vivemos um regime de taxa de juros elevada, porém, geralmente a conta é contrária: "quanto tempo devo esperar para que a

O elefante e o circo e os investimentos em educação

Para cada 1 real investido, se tem como retorno R$ 4,88. Talvez uma das tarefas mais dispendiosas de um dono de circo seja treinar um elefante. O animal é extremamente forte, pesado (óbvio), come muito e difícil de lidar. Contudo, quase todo circo possui um elefante em seus números de adestramento. O porquê não é difícil de entender. O animal vive mais de 70 anos, e possui a maior memória entre os mamíferos terrestres. Portanto, a pesar do elevado custo de ensiná-lo, e de alimento e etc, o investimento inicial uma vez sendo implementado, o paquidérmico renderá 70 anos de shows impecáveis. A comparação pode parecer esdrúxula para alguns, mas o mesmo acontece ao ser humano, principalmente na primeira infância. A nossa capacidade de aprendizado é muito grande entre 2 e 5 anos, e podemos ter nossas habilidades cognitivias e socioemocionais impactadas de maneira bastante significativa. Obviamente não se faz mister que todas as crianças tenham pré-escola, mas o estimulo diário ao co

Porte de Armas: equilíbrio pareto ineficiente

A segunda emenda americana data de 1791, ou seja, final do século 18. Nessa data, as armas existentes não passavam de 1 tiro por vez. A invenção do revolver ocorreu em 1836 por Samuel Colt. Logo, a ideia do uso de armas para proteção e utilização para fins recreativos se deu em um contexto muito diferente do atual, onde armas como metralhadoras automáticas, permitem facilmente mais de 100 disparos com uma única arma sem a necessidade de recarregar. As armas são um importante instrumento de auto-defesa. Principalmente em um contexto no qual a segurança e a vida das pessoas estão à mercê de sociopatas e criminosos. Contudo, as armas que são utilizadas para a defesa à vida, podem ser utilizadas para ceifá-la. Para se ter uma ideia, olhe em baixo o perfil de armamentos que existiam na época da liberação das armas e analise e compare com os padrões de armamentos modernos. As duas imagens mostram um contexto totalmente desconexo um do outro. Enquanto que um indivíduo armado

Marcadores