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Mais do mesmo....

Desde 1500 se reclama da corrupção no Brasil. Representantes que após eleitos viram as costas ao eleitor. - Queriam seu voto, agora querem seu dinheiro. Frase esta que aparece em qualquer discussão sobre política, no Brasil. Um povo sempre inconformado com novos escândalos, mas que na verdade parecem, os escândalos, serem sempre mais do mesmo.

Esse termo, mais do mesmo, significa que a constância da corrupção produziria textos monótonos. Por isso, no Brasil há quase tantas palavras que significam roubo como no dialeto havaino para ondas, mais ou menos duas mil palavras. Pense em: roubo, improbidade, peculato, formação de quadrilha, estelionato, corrupção passiva/ativa,  estelionato, conluio, cartel, esquema, fraude, ...Quantos termos diferentes... e uma mesma semelhança entre eles.

Será que no Brasil tantos casos como esses é fruto estritamente de uma característica inerente ao brasileiro? Acredito que não. Tem-se um passivo jurídico em um arcabouço de normas e regras que perpetua essa prática. Regras que iriam produzir distorções em qualquer lugar do mundo.

Em Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, publicado em 1936 e no livro Carnavais, malandros e heróis de Roberto DaMatta (1979) tem-se uma síntese do Direito positivo brasileiro. Como se dá na prática o conjunto de regras que rege a sociedade. No primeiro, Sérgio Buarque aponta e disseca o brasileiro, em sua famosa metáfora do homem-cordial. No segundo, DaMatta, mostra como é fácil se ouvir no Brasil a famosa frase: "Você sabe com quem está falando". Aonde, os dois autores apontam como se dá as relações de poderes entre indivíduos, e entre o próprio Estado, que é quem propaga esse tipo de comportamento, mas legitimado por uma sociedade, sempre, que aceita essa conduta.

Li uma vez que só existe ética se houver sanção. Por tanto, como dizer que se fere qualquer ética, se esse tipo de comportamento é, muitas das vezes, enaltecido. Somos um país de anti-heróis, macunaímas produzidos e reproduzidos. Como economista, minha opinião é sempre a de que agentes são racionais, e se comportam de forma ótima, de acordo com a regra do jogo. Sendo assim, se o comportamento desagrada, não irá resolver a questão trocando de participantes. Deve-se procura reinventar essa regra. Ou simplesmente, olhar pela janela, um mundo mais civilizado....Pois, reinventar o jogo à brasileira (ou à venezuela), como propôs a Presidenta Dilma, pode ser mais perigoso....

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